«Queriam-me bem hidratado, e, sobretudo, notava-se que tinham uma preocupação especial em que não me acontecesse nada», declarou o advogado Jon Enparantza após a sua detenção, no dia 14 de Abril, na operação da Guarda Civil contra o «aparelho de makos». Pelo contrário, Joxe Domingo Aizpurua, preso na mesma operação, afirmou que «os depoimentos estavam preparados de antemão. Diziam-me que tinha de depor e que, em caso contrário, o tratamento iria continuar a ser mau». Os contrastes entre ambos os testemunhos encontram explicação num dossiê interno da instituição armada que foi encontrado num dos locais em que efectuaram buscas, e que contém instruções detalhadas sobre como se deviam comportar os agentes com os detidos: com os advogados (Arantxa Zulueta, Jon Enparantza e Iker Sarriegi) e Erramun Landa, tratamento excelente. Com os restantes, «obter uma manifestação que ratifique as imputações judiciais que existem». À margem das motivações que possam estar escondidas por detrás de tal diferenciação, a literatura do dossiê - abordado com detalhe no trabalho jornalístico abaixo indicado e que se encontra em poder do juiz - não faz mais do que reforçar as denúncias de tortura apresentadas por alguns dos detidos na operação.
Fonte: Gara
Ver:
«Um dossier policial evidencia o que se "persegue" com os interrogatórios», de Gari MUJIKA
Fonte: Gara
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Adenda:
Documento policial sobre a operação contra advogados: «A Guarda Civil confirma-o mas alega que é «"um rascunho de trabalho"», de Gari MUJIKA