terça-feira, 13 de julho de 2010

Sanferminak 2010: um menor de idade agredido e detido pela Guarda Civil no domingo em Iruñea


Os factos ocorreram no bar El Sol, frequentado por guardas civis. O jovem foi agredido por pessoas não identificadas e posteriormente detido por guardas civis, que o levaram para instalações policiais

Um jovem que levava uma T-shirt com a inscrição «Independentzia» foi agredido no interior do bar El Sol, junto à Praça dos Fueros. O jovem entrara neste estabelecimento para acompanhar uma amiga que ia à casa de banho, numa altura em que estava a decorrer o concerto do grupo Reincidentes. Foi então que várias pessoas o começaram a agredir, e, como diversas testemunhas afirmam ter visto os agressores a falarem e rirem-se com agentes da Guarda Civil, que depois detiveram o menor, tudo leva a supor que também façam parte desse corpo militar. Na verdade, o bar El Sol é frequentado por todo tipo de polícias e fica mesmo em frente do Comando da Guarda Civil de Iruñea.
Apresentar queixa
Inicialmente, o jovem foi bastante maltratado; só que depois viram que estavam a lidar com um menor de idade e decidiram avisar os familiares. Estes já fizeram saber que vão apresentar queixa, acompanhada pelos relatórios médicos que atestam as lesões que o jovem apresentava.
Esta não foi a única agressão sofrida por jovens abertzales durante estes Sanfermines. A tensão gerada à volta das peñas e a decisão da Câmara Municipal de projectar os jogos da selecção espanhola provocou agressões e zaragatas. Por exemplo, dois membros da Peña San Fermin foram agredidos por quatro jovens no dia 7 na Jarauta. Sem ter havido qualquer disputa ou provocação prévia, bateram-lhes e gritaram «viva España». Um deles foi detido pela Polícia Municipal, que tomou conta do caso.
Fonte: apurtu.org

Pela liberdade de expressão e em defesa das festas populares: A Adierazi EH incita à denúncia de todas as agressões ou proibições
Um asterisco. É o símbolo com o qual pretendem assinalar cada uma das agressões: um para o julgamento contra a Udalbiltza, outro para os dos jovens independentistas, mais um por cada txosna proibida... O colectivo Adierazi EH pretende «acabar com as grandes nuvens que pairam sobre a liberdade de expressão e com os ataques a modelos participativos e que estão na origem de faixas negras e de protestos». Em clave de festa, fizeram um apelo à participação na manifestação convocada para o dia 11 de Setembro em Bilbo.

Tudo isto porque já estão à espera de que neste Verão «lamentavelmente» se prolongue «a situação que vivemos» e que se repitam «as mesmas agressões» que verificámos durante o Verão passado. No sábado, numa conferência de imprensa realizada em Iruñea e, por isso, submersos nas Sanferminak ou festas de San Fermín, a Adierazi EH afirmou que as festas são os «espaços propícios» para cada qual se expressar.
«Cantando, brincando, protestando, dançando ou beijando-se - explicou a porta-voz - a festa é o espaço e o reino da liberdade de expressão, de qualquer ideia, iniciativa ou reivindicação». Da mesma forma, afirmou que nesse espaço o autoritarismo, a polícia e a censura «não têm lugar».

Neste contexto, recordou que dentro de pouco tempo três vereadores eleitos pelo povo de Berriozar terão de se deslocar até à Audiência Nacional espanhola de Madrid, «à capital dos julgamentos sem justiça». «Ali, vão cruzar-se com muitos outros, com imputados por pôr em marcha uma instituição nacional ou com jovens que, com os seus corações e T-shirts encarnadas, reclamam o seu futuro», disse.
Mundial, colorida e plural
A plataforma dedicou assim um asterisco ao fechamento de cada gaztetxe, a cada restrição de utilização de um espaço público e mais um para assinalar a carga policial contra um acto pacífico e cidadão. A Adierazi EH pediu que se denuncie cada «iniciativa política bloqueada com detenções, torturas, julgamentos e prisão».

Desta forma, lembraram a convocatória de 11 de Setembro, dia em que a Adierazi EH espera encher as ruas de Bilbo com uma «enorme manifestação». «Queremos um novo cenário, em que todas essas expressões tenham lugar. Em Bilbau, caminharemos na sua direcção», afirmou. A porta-voz do grupo disse que se deve fazer um esforço «para que todos esses asteriscos desemboquem numa manifestação mundial, colorida e plural». Salientou a necessidade de «transformar os ataques em determinação para que assim se acabar com eles».
Afirmou ainda que na manifestação de Bilbau se irão juntar «centenas de adesões» e «milhares de expressões pela liberdade». «Vão até Bilbo todos aqueles que julgarem que é preciso dar a volta a esta situação. Porque não nos queremos habituar a ela», disse.
Fonte: Gara

Quem quiser acompanhar de perto as festas da capital de Euskal Herria, pode fazê-lo em Sanferminak_2010, com muitos bideoak (vídeos) e argazkiak (fotos), via Berria.