sexta-feira, 23 de julho de 2010

A última arguida a depor reitera o funcionamento transparente da Udalbiltza


A terceira sessão do julgamento da Udalbiltza arrancou com o depoimento da imputada Larraitz Sanzberro, que foi vereadora de Oiartzun (Gipuzkoa). Em resposta às questões da Procuradoria e do seu advogado, disse que esteve presente nas assembleias da Udalbiltza na qualidade de edil, e que também trabalhou na instituição nacional, primeiro como dinamizadora nas comissões de Euskara, Desporto, Cultura e Educação, e depois contratada como administrativa.

Negou ter tido alguma coisa a ver com tramitação do EHNA [BI basco], como lhe apontou a Procuradoria, e que tivessem recebido ordens da ETA. Para além disso, reiterou a transparência do funcionamento da Udalbiltza e afirmou que as decisões no seio da instituição nacional eram tomadas pelos eleitos.

Depois do depoimento de Sanzberro, o tribunal fez um intervalo, após o qual iriam depor as testemunhas de acusação, todos elas polícias e guardas civis que participaram na operação contra a instituição nacional basca.

Quinze notificados para depor
Ao todo tinham sido notificados quinze membros das FSE, mas só sete depuseram em tribunal, já que as acusações renunciaram ao testemunho do único ertzaina citado para ontem; a secretária judicial justificou a ausência de dois dos seis restantes com o facto de não lhes ter sido possível fazer chegar as notificações, porque um «é reformado» e o outro «está de férias»; outros três agentes tinham sido notificados mas não se apresentaram; por fim, esteve presente na audiência um agente que não tinha qualquer relação com o processo, uma vez que fora notificado por engano.

Videoconferência
Os sete agentes da Polícia espanhola que depuseram fizeram-no através de videoconferência, a partir de uma outra sala do tribunal especial, de forma a que os seus rostos não fossem claramente vistos por quem assistia à sessão. O presidente do tribunal argumentou que existem «razões históricas» que justificam esta medida, «o perigo» que, segundo ele, representa para polícias e guardas civis serem vistos pelo público presente na sala.

Todos fizeram disseram ter má memória e responderam com um «não me lembro» a quase todas as perguntas feitas pela Procuradoria, remetendo para o que vem nos relatórios elaborados na época.
Uma vez concluídos os depoimentos, o presidente do tribunal deu ordem para que se localizem os ausentes e lhes sejam entregues as notificações, de forma a depor em Setembro. Hoje irão depor mais sete membros das FSE. A audiência oral foi suspensa até às 10h00 de hoje.

Nas duas primeiras sessões, os processados desmontaram uma por uma todas as acusações que os pretendem ligar a actividades «terroristas».

Mobilizações
Em solidariedade com os processados, hoje e amanhã haverá concentrações em Hazparne (Lapurdi), de onde é natural um dos imputados, Xarlo Etxezaharreta, que não se apresentou à audiência oral, tal como tinha anunciado há algumas semanas.
Fonte: Gara