quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Eleitos de Ipar Euskal Herria anunciaram que «dão acolhimento» a Aurore Martin


Mais de quarenta eleitos bascos fizeram saber ontem numa conferência de imprensa em Baiona que «acolhem em suas casas» a militante independentista Aurore Martin, assumindo de forma clara um apelo à «desobediência civil» neste caso.

A militante do Batasuna, com 31 anos de idade, anunciou a 21 Dezembro que tinha tomado a decisão de «se esconder», depois de a justiça francesa a ter decidido extraditar para Espanha, em resposta a um mandado de detenção europeu emitido por Madrid por «participação em organização terrorista».

«Aurore Martin (...) encontra alojamento nas nossas casas e apartamentos, e nós vamos continuar a fazê-lo o tempo que for necessário. Abrir a porta a Aurore e acolhê-la é uma acção legítima e coerente», refere-se num texto apresentado pelos eleitos signatários esta quarta-feira à imprensa. Pediram a «todos os cidadãos que estejam dispostos a fazer o mesmo».

Entre os signatários figuram Alice Leizegezahar, eleita do Europe-Ecologie no Conselho regional da Aquitânia, Alain Iriart, conselheiro-geral dos Pirinéus Atlânticos, autarcas de seis municípios bascos e mais quarenta eleitos da região.

«Nós opomo-nos a esta utilização do mandado de detenção europeu e à entrega de Aurore Martin às autoridades espanholas», lê-se no texto dos eleitos, que afirmaram perante a imprensa «assumirem» uma situação de «desobediência civil».

«Temos a plena noção de que dar acolhimento a Aurore Martin é um delito, nós assumimos isso, e assumiremos as consequências judiciais daí decorrentes». Cerca de trinta militantes e responsáveis sindicais também firmaram este texto.

A decisão de entregar a Espanha a militante constitui «um precedente de uma enorme gravidade», declarou Peio Etcheverry Ainchart, eleito pelo partido autonomista Abertzaleen Batasuna, sublinhando que «todo o espectro político francês» se tinha mostrado contrário e este procedimento. O conselheiro-geral abertzale Alain Iriart considerou «intolerável» uma decisão da justiça que assenta num «erro manifesto de interpretação e de apreciação da lei».

Denunciou o carácter «particularmente inconveniente» deste caso num momento em que «outros agentes de primeira grandeza no conflito basco dizem que renunciam às armas», aludindo ao cessar-fogo «permanente» anunciado na terça-feira pela organização armada ETA.
Fonte: euroaginduari ez!