Os governos respondem à trégua da ETA com duas detenções

Dois jovens de Zarautz foram detidos pela Guarda Civil e pela Polícia francesa, numa operação comandada pelos juízes Grande-Marlaska e Laurence Le Vert, horas depois do comunicado da ETA em que anunciou uma trégua permanente, geral e verificável internacionalmente. Itsaso Urtiaga, de 21 anos, vive em Zarautz (Gipuzkoa) e estuda Filosofia em Donostia. A outra pessoa detida, Iraitz Gesalaga, Tximas, de 27 anos, encontrava-se a viver há meses na localidade de Ziburu (Lapurdi), onde, como sublinha o Movimento pró-Amnistia, levava uma vida totalmente normal e pública, trabalhando como informático, pelo que as forças policiais conheciam o seu paradeiro. Ora, isto leva a pensar que a operação policial pudesse estar previamente preparada e que tenha sido executada para responder ao cessar-fogo decretado pela organização ETA. Fontes policiais apresentam-nos como peritos informáticos e acusam-nos de «treinar a ETA no uso de computadores».

Incomunicáveis e em perigo de tortura
Tanto Iraitz Gesalaga Fernández como Itsaso Urtiaga se encontram incomunicáveis em poder da Gendarmerie e Guarda Civil, respectivamente. O Movimento pró-Amnistia, que considera que estas detenções são a «resposta conjunta» dos estados espanhol e francês à decisão da ETA e um «acto de pura propaganda, propaganda de guerra», manifestou a sua preocupação com a situação em que se possa encontrar a jovem zarauztarra Itsaso Urtiaga, tendo em conta as inúmeras denúncias de tortura feitas contra a Guarda Civil em 2010. Hoje, haverá mobilizações em Zarautz, às 19h30, na Musika Plaza, e em Ziburu.
Fonte: kaosenlared.net e Gara