quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Moradores da Parte Velha donostiarra esperam que as pessoas gozem a danborrada e mostrem bandeirolas e ikurriñas


Moradores e moradoras da Alde Zaharra donostiarra, que vivem amanhã (20) o seu dia grande, denunciaram publicamente a missiva recebida por parte do Departamento do Interior de Lakua, na qual são responsabilizados pelas eventuais reivindicações que possam ter lugar na Konstituzio Plaza por ocasião da realização da danborrada, que é seguida em directo por diversas televisões.

A carta, recebida por todos os moradores da referida praça, foi enviada pela Ertzaintza e nela, segundo fizeram saber os próprios destinatários, «são ameaçados da forma mais cínica possível», pois a carta felicita-os pelo facto de na anterior edição da danborrada não se terem visto pancartas. Estes donostiarras lembraram que tal se verificou porque dezenas de ertzainas «encapuzados e armados até aos dentes» arrancaram as pancartas e atemorizaram os moradores.

Apesar desta tentativa de amedrontar os cidadãos donostiarras, os moradores que ontem estiveram presentes perante os meios de comunicação incitaram as pessoas a dar uma resposta solidária, incitando-as a colocar a bandeirola em que se pede o repatriamento dos presos políticos bascos nas janelas e varandas. Na conferência de imprensa, os moradores insistiram na ideia de que, para «superar o conflito que este povo vive, é imprescindível trazer os presos para casa».
Além da bandeirola, «para proclamar que este é um povo que existe e tem uma identidade própria», também pediram às pessoas que coloquem ikurriñas nas janelas.

Extensível a toda a cidade
Embora a proposta se destinasse aos moradores daquela praça central, tornaram-na extensível a todos os donostiarras.
Não é a primeira vez que os moradores da Konstituzio Plaza são vítimas deste controlo policial. O ano passado, a missiva de Lakua chegou apenas umas horas antes de a festa rebentar. Agentes da Ertzaintza apareceram nas casas da praça no dia 19 à tarde para entregar a carta em que se proibia a exibição de qualquer «suporte ilegal» tanto nas varandas como em estabelecimentos.
Para além disso, o primeiro episódio da «caça às fotos» de presos com entrada nas casas dos cidadãos ocorreu precisamente nesta praça, na Primavera de 2008.

Oihana LLORENTE
Fonte: Gara
Bandeirolas e ikurriñas à mostra foi coisa que não faltou no sábado passado em Roma, no âmbito de uma iniciativa solidária. E fotos de presos também não, como já tinha acontecido em Milão. Elkartasunak ez du etenik izango! Euskal Herria não caminha só!