Peritos caligráficos identificam a letra de Planchuelo num comunicado dos GAL
Quatro peritos em grafologia identificaram a letra do ex-chefe da Brigada de Informação de Bilbo Miguel Planchuelo numa nota manuscrita dos GAL
Gara * Madrid
Os peritos que depuseram na Audiência Nacional espanhola disseram que a expressão «Aquí GAL», que aparecia manuscrita num comunicado, foi obra de Miguel Planchuelo, julgado desde segunda-feira sob acusação de ter instigado os atentados nos bares Batxoki e Consolation (em Ipar Euskal Herria), em 1986.
Na nota analisada são reivindicados mais dois atentados dos GAL diferentes dos do tribunal.
Na sessão de ontem também depôs, por vídeo-conferência, o mercenário português Rogério Fernando Carvalho da Silva, condenado em 1992 pelo Tribunal Criminal de Lisboa por colaborar com os GAL. Na sua intervenção, revelou que o actual presidente de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, quando era primeiro-ministro, «deu ordens para não falar disto por ser um segredo de Estado que não se podia revelar».
Negou conhecer Planchuelo mas admitiu que conhecia José Amedo. Disse que recebeu ordens para atentar sob a sigla dos GAL, e garantiu que «até hoje não recebeu nada» pelos ataques em que participou.
Por seu lado, a ex-companheira sentimental de Amedo, Inmaculada Gómez Pérez, contou que durante algum tempo Amedo e o também o ex-polícia Michel Domínguez permaneceram escondidos na sua casa em Bilbo porque queriam pressionar o Comando Superior da capital biscainha, pois «tinham-lhes prometido coisas que não cumpriram» e «deixaram-nos sozinhos».
Depois de tornar definitivas as suas conclusões provisórias, o magistrado Pedro Rubira, que pede a absolvição de Planchuelo, e a acusação popular, que pede 114 anos de prisão para o arguido, vão expor hoje os seus relatórios, ficando depois a aguardar pela comunicação da decisão judicial.
Fonte: SareAntifaxista / Ver ainda: Aventar