A cultura e a educação costumam ser áreas atreitas aos cortes. Não o deveriam ser, pelo menos não mais que outras que não adornam tanto os discursos institucionais mas que no momento da verdade contam com orçamentos intocáveis. Essa propensão para os cortes agudiza-se quando a actividade subsidiada se pratica em euskara, e que esses cortes incidam em Euskal Herria, mais que incompreensível, torna-se um despropósito. A retirada da ajuda directa à Universidade Basca de Verão (UEU), juntamente com os cortes de outras verbas relacionadas com o euskara, é um dos últimos. Para justificar a retirada dessa subvenção, à conselheira da Educação da CAB só lhe faltava dizer que é preciso suprimir gastos supérfluos. A política linguística do Governo navarro também é conhecida; por isso, não causa surpresa, embora seja lamentável, que os últimos cortes tenham posto em risco a sobrevivência de vários meios de comunicação do herrialde. Relativamente a Ipar Euskal Herria, é significativo o balanço feito pela Euskal Konfederazioa sobre o EEP (Órgão Público do Euskara), no qual se conclui que a política assente no mero voluntarismo atingiu os níveis mais altos e se denuncia a negação da oficialização e a falta de meios. É esse o nível real de compromisso com a normalização do euskara das administrações de Euskal Herria, e não aquele que pretendem demonstrar em certos actos públicos.
Fonte: Gara