segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Ex-presos dizem que a superação da etapa repressiva deve implicar o regresso a casa dos presos políticos

Numa conferência de imprensa que decorreu no frontão de Azpeitia, cerca de 400 ex-presos políticos referiram que o novo cenário criado em Euskal Herria «deve trazer para casa todos os presos e fugitivos, e implicar a superação das razões da sua existência». «É isso que entendemos por amnistia», disseram.


Na sua opinião, os «fundamentos e as consequências do conflito continuam aí e um exemplo disso é a política penitenciária que os estados espanhol e francês levam por diante», pelo que fizeram um apelo à participação na manifestação de 7 de Janeiro em Bilbo, que «marcará uma fronteira entre o passado e o futuro». «A partir desse dia, o regresso a casa dos presos e fugitivos estará mais perto», afirmaram.

Begoña Uzkudun e José Antonio Torre Altonaga leram um texto, em euskara e castelhano, respectivamente, no qual se refere que nos últimos 50 anos foram mais de 10 000 as pessoas encarceradas por «razões políticas», precisando que o Colectivo de Presas e Presos Políticos Bascos (EPPK) é composto actualmente por 616 pessoas.

Depois de reafirmarem o «compromisso assumido com Euskal Herria e com os direitos dos seus cidadãos», insistiram na ideia de que a maioria dos cidadãos bascos continua a «reivindicar uma solução democrática para o conflito».

Solução
Nessa linha, afirmaram que as «novas decisões tomadas em Euskal Herria abriram as portas a uma solução justa para o conflito». «Foram tomadas decisões e dados passos unilaterais em prol da solução, mas os fundamentos e as consequências do conflito aí continuam», como é actual política penitenciária dos estados espanhol e francês.

Os ex-presos afirmaram que as situações «extremas impostas» aos reclusos «ainda não foram superadas» e que estes são «alvo da chantagem do Estado, que os coloca perante uma única opção: arrependimento ou pena perpétua».

Para além disso, realçaram a «maturidade» que o EPPK tem mostrado nesta situação, considerando que a sua atitude é «claramente a favor da solução». «O contributo do colectivo está a ser muito importante e continuará a sê-lo no futuro», acrescentaram.

Por último, consideraram que «o caminho será sofrido, mas também estimulante», e mostraram-se «absolutamente convictos» de que vão conseguir «trazer os presos e fugitivos, um a um».

Para tal, insistiram na necessidade de «juntar o maior número de cidadãos possível em torno desta tarefa», pelo que reiteraram o apelo à participação na manifestação de 7 de Janeiro. Fonte: Gara

Dia 7 de Janeiro, em Bilbo, contem connosco / kontaku gurekin
Urtarrilaren 7an, Herri Mobilizazio Orokorra! 7 de Janeiro, Mobilização Popular Geral! / Fonte: Ein Daigun Bidi