No momento em que acaba de cumprir 50 anos, a ETA faz um balanço da sua trajectória num comunicado em que destaca que “hoje a adesão à independência está mais enraizada que há 50 ou 30 anos” e sublinha o valor da sua luta. Encarando o futuro, apela à união e a “empreender o caminho que leve Euskal Herria a ter o seu lugar e a sua palavra no mundo”, mas avisa os estados que continuará a actuar enquanto não reconhecerem os seus direitos.
Acaba de passar meio século desde que se realizou a primeira reunião dos militantes que puseram em marcha a ETA, e a organização armada fez chegar ao GARA um comunicado em que avalia tanto o caminho percorrido como a situação actual, e perspectiva o futuro. Depois de destacar o fortalecimento da opção independentista nestas cinco décadas, a ETA refere que “é chegado o momento de unir forças por este povo, sem desculpas, para que nós, abertzales, entremos na fase da independência. Estamos na hora de empreender o caminho para que Euskal Herria tenha o seu lugar e a sua palavra no mundo”.
Acaba de passar meio século desde que se realizou a primeira reunião dos militantes que puseram em marcha a ETA, e a organização armada fez chegar ao GARA um comunicado em que avalia tanto o caminho percorrido como a situação actual, e perspectiva o futuro. Depois de destacar o fortalecimento da opção independentista nestas cinco décadas, a ETA refere que “é chegado o momento de unir forças por este povo, sem desculpas, para que nós, abertzales, entremos na fase da independência. Estamos na hora de empreender o caminho para que Euskal Herria tenha o seu lugar e a sua palavra no mundo”.
O comunicado da ETA constata que neste momento há dois projectos na mesa: o do actual “statu quo submetido aos estados” e o do “Estado basco”. “Coloquemos ambos em disputa segundo as regras de jogo democráticas”, propõem. A organização armada está segura de que nesse dia, “sem imposições dos estados, este povo tomará o caminho da independência por vias pacíficas e democráticas”. Mas anuncia também que, “entretanto, teremos que continuar a lutar com todas as forças e meios, porque os estados inimigos não dão o mais pequeno sinal da vontade de respeitar a palavra de Euskal Herria”.
Na sua perspectivação histórica, a ETA realça que as cotas de adesão à independência são superiores às de há 50 ou 30 anos, acrescenta que há três décadas “acertámos”, e antecipa que “este povo não perdoará” uma tentativa de reeditar a operação do pós-franquismo, “ou seja, não dará hipóteses à repetição da mesma traição de então. Nós, que acreditamos nos direitos democráticos que correspondem a este povo e que o queremos conduzir a um cenário democrático, não o deixaremos entrar num caminho sem saída outros 30 anos”, concluem.
«A última encosta»
A ETA utiliza uma imagem para definir a actual situação: “Quem anda na montanha sabe que, no caminho para o cume, a última encosta é a mais dura. Mas desde a atalaia do tempo só se pode concluir que cada um dos passos dados nos trouxe até hoje. Lançando um olhar sobre estes 50 anos, o caminho da luta por este povo enche de orgulho os militantes da ETA. A História cobrirá esta luta de honra, saudando a generosidade dos militantes bascos”. Neste ponto, saúdam os que participaram na organização e mostram “a lembrança mais sentida” aos militantes que perderam a vida ou estão encarcerados ou exilados.
Retrocedendo à sua fundação, a ETA considera que, com ela, “surgiu o abertzalismo moderno” e se fundiram a luta nacional e a social, tudo isso num momento em que os “nacionalistas conservadores” se limitavam a “esperar a ajuda dos Estados Unidos”. Refere que, “embora tenha surgido no franquismo, o objectivo da ETA não era vencer o franquismo, mas conduzir Euskal Herria para a liberdade, e a ETA ainda continua ligada a esse objectivo. É uma organização surgida do povo e que se reproduz no povo, sem parar, década após década. Daí advém a sua invencibilidade. Hoje, como há 50 anos, os governantes espanhóis dizem que a ETA está à beira do fim. Há coisas que mudam pouco em 50 anos”.
Depois de todo este tempo, “este povo continua vivo e a respirar através da luta pela sobrevivência”, acrescenta o texto da organização armada. E realça que, “embora não seja como povo livre, Euskal Herria chegou ao século XXI com as portas da sua liberdade ainda abertas, graças à luta”.