A longa via crucis de 764 rostos fez estremecer os sentimentos de muita gente, e o silêncio foi coberto por um ensurdecedor aplauso, que não cessou até que o último preso político se afastava no horizonte. Uma das manifestações mais impressionantes dos últimos anos percorreu as ruas de Bilbau no sábado passado, onde gente mais velha, jovens ou crianças de pouca idade disputavam um pedaço da rua Autonomia, a abarrotar.
Mas isto, mais de 37 000 cidadãos a darem as mãos por uma causa comum, não parece ter a mínima importância para os meios de comunicação espanhóis ou para jornais como o Deia, que, enquanto se alongava numa reportagem sobre o tupper sex, se limitou a uma fotonotícia sobre a maior manifestação dos últimos anos na sua capital. Mais ainda, o acaso de o retrato do preso político basco Garikoitz Aspiazu abrir uma das cinco filas de retratos foi o elemento a que deram maior relevo, juntamente com o facto de Arnaldo Otegi levar um kuffiyah ao pescoço.
Cinco dias depois da mobilização, só o ministro espanhol do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba, fala dela, e, longe de o fazer para dar uma resposta ao clamor da sociedade basca, fá-lo para lançar uma ameaça contra a Etxerat – associação de familiares e amigos dos presos políticos – pela convocatória que realizou.
Enquanto o Governo do PSOE, amparado pela cumplicidade requerida aos meios de difusão, fixa como objectivo a divisão entre as presas e os presos políticos bascos e a aniquilação do colectivo de prisioneiros políticos, os familiares e a sociedade basca parecem estar mais unidos que nunca, porque, como afirma a Etxerat, “nunca os deixaremos sozinhos”.
O mesmo que reivindicava sem subterfúgios a utilização da política prisional contra os presos bascos como “política de Estado”, desafia agora com medidas repressivas os seus familiares e amigos. Não parece que a espiral de repressão vá cessar, mas os familiares, longe de se amedrontarem com a tempestade, reafirmaram o seu compromisso. Asseguraram que não irão parar até que o último preso seja senhor dos seus direitos e alçaram a voz para fazer chegar uma mensagem clara ao Governo do PSOE: os perseguidos políticos bascos também são política de Estado, do Estado Basco.
Oihana LLORENTE
Mas isto, mais de 37 000 cidadãos a darem as mãos por uma causa comum, não parece ter a mínima importância para os meios de comunicação espanhóis ou para jornais como o Deia, que, enquanto se alongava numa reportagem sobre o tupper sex, se limitou a uma fotonotícia sobre a maior manifestação dos últimos anos na sua capital. Mais ainda, o acaso de o retrato do preso político basco Garikoitz Aspiazu abrir uma das cinco filas de retratos foi o elemento a que deram maior relevo, juntamente com o facto de Arnaldo Otegi levar um kuffiyah ao pescoço.
Cinco dias depois da mobilização, só o ministro espanhol do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba, fala dela, e, longe de o fazer para dar uma resposta ao clamor da sociedade basca, fá-lo para lançar uma ameaça contra a Etxerat – associação de familiares e amigos dos presos políticos – pela convocatória que realizou.
Enquanto o Governo do PSOE, amparado pela cumplicidade requerida aos meios de difusão, fixa como objectivo a divisão entre as presas e os presos políticos bascos e a aniquilação do colectivo de prisioneiros políticos, os familiares e a sociedade basca parecem estar mais unidos que nunca, porque, como afirma a Etxerat, “nunca os deixaremos sozinhos”.
O mesmo que reivindicava sem subterfúgios a utilização da política prisional contra os presos bascos como “política de Estado”, desafia agora com medidas repressivas os seus familiares e amigos. Não parece que a espiral de repressão vá cessar, mas os familiares, longe de se amedrontarem com a tempestade, reafirmaram o seu compromisso. Asseguraram que não irão parar até que o último preso seja senhor dos seus direitos e alçaram a voz para fazer chegar uma mensagem clara ao Governo do PSOE: os perseguidos políticos bascos também são política de Estado, do Estado Basco.
Oihana LLORENTE
Fonte: Gara