Num comunicado enviado ao GARA, a ETA assume três atentados efectuados no final do ano: contra um retransmissor de telecomunicações no monte Arnotegi, em Bilbau – a 20 de Novembro –, contra o empresário Inazio Uria, em Azpeitia – a 3 de Dezembro – e contra as instalações de vários meios de comunicação na capital biscainha – a 31 de Dezembro. Sobre estes dois últimos, a organização armada expõe as suas reflexões sobre os motivos que levaram à sua consecução e sobre as reacções que suscitaram em diversos âmbitos.
Em relação à acção armada de 31 de Dezembro, a ETA acusa os meios de comunicação espanhóis de trabalharem “em prol do fascismo espanhol” e de estarem ao serviço do actual “ministro do Interior” naquilo que qualifica como “trabalho de fustigamento do independentismo”.
Acusa também a EiTB de estar “às ordens da Sabin Etxea [sede do PNV], desfigurando o conflito que Euskal Herria vive”, e responsabiliza a radiotelevisão pública por “tornar real de facto o apartheid político mediático e a ilegalização que a esquerda abertzale está a suportar, submetendo-se às ordens de Espanha”. E realça também que a EiTB, “enquanto define diariamente a ETA e os seus militantes como ‘terroristas’, toma como fontes fidedignas as declarações forçadas sob cruel tortura nos calabouços da Polícia e da Guarda Civil”.
Relativamente ao TGV, para além de enquadrar o atentado que custou a vida a Inazio Uria, a ETA refere que já advertiu que os responsáveis deste “projecto destrutivo” eram um alvo. E acrescenta que pretende “enviar um aviso claro aos engenheiros, técnicos superiores, responsáveis ou dirigentes de empresas que participam nas obras ou estão com elas relacionadas para que suspendam os trabalhos e se possa realizar o debate público que os agentes populares andam a reclamar.”
O comunicado denuncia ainda o uso da “censura” para silenciar as opiniões contrárias ao TGV, citando de novo os meios de comunicação, que acusa de “levantar o veto a alguns só para condenar a acção da ETA. Os que foram censurados sem parar encontraram todos os microfones e todas as câmaras para se manifestarem contra a ETA”.
Notícia completa: Gara