sexta-feira, 4 de junho de 2010

O Ministério do Interior impõe novas medidas de controlo para visitar os presos bascos


O Ministério do Interior espanhol implementou uma nova directiva, na qual se estabelece um controlo ainda mais severo, contra os familiares e amigos que vão visitar os presos. Numa circular que o Movimento pró-Amnistia tornou pública esta quinta-feira, fica-se a saber que, a partir do dia 1 de Junho, serão tiradas as impressões digitais e uma foto às pessoas maiores de 18 anos que se dirijam às prisões. Para além disso, indica-se que as listas para os encontros serão fechadas e que nenhum familiar poderá passar caso isso não tenha sido previamente solicitado pelo interno a uma determinada instância.

O Movimento pró-Amnistia afirmou que estas medidas foram criadas contra o Colectivo de Presos Políticos Bascos (EPPK), procurando «atemorizar as pessoas que efectuem as visitas e dificultá-las na medida do possível». O organismo anti-repressivo sugere que o Governo espanhol aplica este tipo de medidas, bem como as inspecções físicas aos familiares, «porque a dispersão fracassou politicamente». Neste sentido, fizeram um apelo ao incremento da solidariedade e da defesa dos direitos dos presos.

Com este propósito, são inúmeras as actividades previstas para este fim-de-semana, como a que vai decorrer entre Hendaia e Maule. Os habitantes de Lapurdi, Nafarroa Beherea e Zuberoa vão colocar os rostos dos 714 componentes do EPPK nos bermas das estradas. Por outro lado, no dia 12 de Junho vão realizar uma manifestação em defesa dos direitos dos presos.

Este fim-de-semana, haverá também Elkartasun Eguna [Dia da Solidariedade] nas localidades guipuscoanas de Arrasate, Azkoitia e Soraluze e também em Elizondo (Nafarroa). No sábado, haverá ainda marchas até às prisões de Herrera e Alcazar de San Juan desde Oarso-Bidasoa, Donostia, Hernani, Goierri e Tolosaldea. No domingo, partirá de Bergara uma marcha com destino a Dueñas, e em Etxarri-Aranatz haverá uma manifestação a favor dos direitos dos presos.

Encontros perdidos
Tal como se verificou desde que nas prisões espanholas começaram a inspeccionar os familiares e amigos antes de acederem aos encontros, muitos presos ficaram sem visitas no fim-de-semana passado por este motivo. Patxi Markes perdeu o encontro familiar em Albocasser, Joseba Etxezarreta em Puerto II, Asier Tapia em Huelva e José Ignacio Gaztañaga em Ocaña I. No dia 22 de Maio, Karmelo Lauzirika perdeu o encontro em Puerto I e Iker Lima em Cáceres no dia 24 de Maio. Nas prisões de Aranjuez, Almeria e Curtis encontram-se em luta para denunciar as inspecções físicas com apalpamento.

Por outro lado, a Ertzaintza entrou na terça e na quarta-feira em cinco estabelecimentos hoteleiros de Orereta (Gipuzkoa), levando as fotos dos presos sem mostrar qualquer ordem e ameaçando e identificando as pessoas que se encontravam nos locais. Na quinta-feira fizeram a mesma coisa na herriko taberna de Zarautz (Gipuzkoa).

Em defesa dos direitos dos presos, na quinta-feira houve mobilizações nos bairros iruindarras de Arrosadia (45 pessoas) e da Txantrea (49); em Eibar foram 75.

Entretanto, nada se soube sobre a situação do ex-preso político Juan Carlos Iriarte, detido na terça-feira pela Polícia francesa em Hendaia (Lapurdi), e depois levado para a esquadra de Baiona. As mobilizações de protesto prosseguem tanto no bairro donostiarra do Antiguo, de onde é natural, como em Hendaia, onde vivia.
Fonte: Gara