sábado, 3 de julho de 2010

Quatro opositores ao TGV fecharam-se nas minas de Itsasondo


Quatro pessoas fecharam-se nas minas de Itsasondo (Gipuzkoa) para "deter as obras do TGV" e denunciar "o modelo social que representam". Exigem a "imediata paralisação" dos trabalhos desta infra-estrutura.

"Sabemos que o risco é elevado. Metemo-nos nas profundezas para defender esta terra com os nossos corpos. Estamos fechados nas minas para defender as nossas ideias e denunciar a falta de sentido dos poderosos. Os nossos corpos são as nossas armas, a acção directa, o nosso caminho".
Assim se expressaram as quatro pessoas que se fecharam numa das grutas das minas de Itsasondo num acto de "resistência" ao TGV no comunicado que foi depois divulgado por opositores a esta mega infra-estrutura, numa conferência de imprensa em que alertaram para os perigos que o túnel de Ordizia-Itsasondo acarreta.
Afirmaram que, das 37 medições que deviam ter sido efectuadas para o projecto de construção, só uma se fez.

Do interior das minas, os activistas encerrados explicam que as obras estão a decorrer em Mariaratz, Olaberria, San Martin, Itsasondo e Berostegi. "Aqui perto, nas obras de Mariaratz, há explosões diárias, explosões que rebentam com a terra e tudo o que há sobre ela. Como consequência, pode haver uma derrocada nas minas, pondo em perigo a vida destas quatro pessoas. Portanto, exigimos a paragem imediata das obras".

Depois da conferência de imprensa, um engenheiro e várias pessoas do grupo de apoio aos encerrados dirigiram-se a Mariaratz e requereram ao responsável da obra a paragem dos trabalhos e das explosões, "dada a gravidade da situação".
Segundo afirmaram, uma hora e meia depois "os responsáveis da obra comunicaram-nos por telefone que não têm intenção de adoptar qualquer medida", pelo que "a vida das quatro pessoas que estão lá dentro corre perigo".

Mobilizações
Fizeram também um apelo à participação nas concentrações que irão decorrer todos os dias, às 19h30, em Itsasondo e nas mobilizações convocadas para esta sexta-feira em diversas localidades, bem como na manifestação que no domingo partirá, às 17h00, da Praça de Ordizia.
Fonte: Gara

Ver também:
«Prosseguem as obras do TGV, apesar de haver quatro activistas debaixo da terra», de Janire ARRONDO