sexta-feira, 25 de março de 2011

A esquerda abertzale afirma que «Madrid não conseguirá fazer que Euskal Herria mude de rumo»


A esquerda abertzale considera que a decisão do Supremo de proibir a inscrição do Sortu responde à estratégia do PSOE que pretende «travar e abortar a nova fase política» criada em Euskal Herria. Afirma que «todos os golpes» procedentes de Madrid são reflexo da «sua fraqueza política» e reafirma que o processo iniciado «não tem retrocesso» e que «mais tarde ou mais cedo terão de responder com democracia às exigências democráticas deste povo».

Tasio Erkizia, Marian Beitialarrangoitia, Rufi Etxeberria, Agurne Barruso, Txelui Moreno e Maider Ziganda expuseram ontem à tarde em Donostia à postura da esquerda abertzale sobre a decisão do Supremo Tribunal de vetar a inscrição do Sortu.

Na sua opinião, trata-se de uma decisão política que se enquadra na estratégia do PSOE de «travar e abortar» a nova fase criada em Euskal Herria, que demonstra a sua «atitude servil» para com o PP, «cujas exigências sempre satisfez». Assim, é a partir dessa «posição servil» que entende «toda a bateria de condições e agressões a que o Sortu foi submetido» desde que se apresentou e que, para a esquerda abertzale, condicionaram a decisão do Supremo.

Txelui Moreno e Marian Beitialarrangoitia afirmaram que, por trás de tudo isso e da «prática repressiva» das últimas semanas, assim como dos pronunciamentos sobre o Sortu, está «a vontade de perpetuar o conflito, porque não têm uma proposta política a fazer a este povo».

«Todos esses golpes de Madrid respondem são proporcionais à sua fraqueza política; têm medo do debate livre e sem restrições», realçaram.

O Estado espanhol, mais deslegitimado que nunca
No entanto, a esquerda abertzale salienta que a estratégia do PP e do PSOE «fracassou de forma estrepitosa» e que esse fracasso é «mais notório» com a sentença do Supremo, que não fez mais que «aumentar a distância entre Espanha e Euskal Herria».

«O Estado espanhol está mais deslegitimado que nunca perante este povo. Vai-nos custar avançar mas o caminho iniciado não tem retrocesso, não poderão fazer desaparecer o clamor social e mais tarde ou mais cedo terão de responder com democracia às exigências democráticas deste povo. Madrid não conseguirá fazer com que Euskal Herria mude de rumo», proclamaram.

Nessa mesma linha, reafirmaram que a aposta da esquerda abertzale «irá continuar» e que «aquilo que Madrid nega a este povo há-de chegar por via da esquerda abertzale».
Fonte: Gara

Ver também:
«Pese a la posición del Estado la Izquierda Abertzale va a construir un nuevo futuro para este pueblo», de Ezker Abertzalea

Na foto: Agurne Barruso, Txelui Moreno e Tasio Erkizia, ontem, no decorrer da conferência de imprensa em Donostia.

O Sortu denuncia a tentativa de «fechar as portas à esperança que atravessa Euskal Herria»
O Sortu recorda num comunicado que tanto os estatutos apresentados como a actividade mantida nos últimos meses cumprem com a Lei de Partidos.
«Cumprimos os requisitos legais. Os recursos apresentados contra a nossa legalização pela Magistratura do Estado e pela Procuradoria puseram de lado o ponto de vista jurídico e basearam-se em suspeitas, preconceitos e pontos de vista políticos concretos», denuncia.

Em seu entender, a resolução tomada pelo Supremo é «uma decisão com uma clara base política» e «responde a uma decisão e estratégia definidas pelo PSOE e pelo PP».
«Em vez de analisar argumentos jurídicos, basearam a sua decisão sobre o Sortu numa [perspectiva] política», denunciam na nota.

O Sortu critica também o Governo espanhol, afirmando que a sua não legalização «não é mais que uma tentativa de fechar as portas à esperança que está a alastrar por Euskal Herria», objectivo que «o Governo persegue desde que apresentámos o nosso partido».

No entanto, «não há qualquer dúvida de que», destacam em seguida, «o nosso povo avança».
«O passo dado para a legalização e a opinião favorável à legalização da esquerda abertzale generalizada em Euskal Herria são passos que permitem avançar na normalização política e democrática. É esse o nosso objectivo, criar um cenário em que todos os direitos sejam reconhecidos e respeitados», defende.
Finalmente, o Sortu anuncia que, depois de receber e analisar a sentença do Supremo, dará a conhecer à opinião pública a sua avaliação e as medidas que irá tomar.
Fonte: Gara

Ainhoa Etxaide na Info7 Irratia
A secretária-geral do LAB aborda a sentença sobre o Sortu e a fusão das caixas da CAB, entre outros temas.

«Sortu y la militarización española», de Iñaki Gil de SAN VICENTE

«¿A qué viene esto?», de Mikel ARIZALETA

«El futuro de este país no está en manos de los jueces españoles», de Floren AOIZ, escritor