O processo judicial aberto pelo desaparecimento de «Pertur», em 1976, sofre mais um revés: o neofascista Sergio Calore, que tinha corroborado elementos sobre o sequestro e a morte de um militante da ETA nessa época, apareceu degolado.
Em Março de 2009, o juiz da Audiência Nacional Fernando Andreu interrogou em Itália três veteranos mercenários fascistas. Um deles chamava-se Sergio Calore. Não foi tarefa fácil, já que Calore vivia há algum tempo como testemunha protegida e com identidade falsa, depois de se ter arrependido das passadas que deu nos anos 70 e de ter fornecido informações à Justiça italiana. Entre outras coisas, depôs sobre operações contra a ETA levadas a cabo pelo seu grupo em conivência com agentes policiais espanhóis.
Durante vários anos, ninguém no Estado espanhol se interessou por este processo judicial aberto pelo juiz italiano Giovanni Salvi e que possuía um título bastante esclarecedor: «Contra a ETA no Sul de França». Em Março de 2009, após a reabertura da investigação na Audiência Nacional, Calore reiterou perante Andreu alguns dados fornecidos por um outro elemento de extrema-direita, Angelo Izzo, que revelou que, em meados dos anos 70, este grupo levou a cabo acções usando como base uma casa de campo catalã e que pelo menos um militante da ETA ali foi mantido sequestrado, torturado e morto. Concretamente, Calore disse conhecer essa casa de campo e acrescentou que o plano era que, depois de passar por ela, os sequestrados fossem «enterrados no bosque» ali próximo.
Contudo, este ex-neofascista já não voltará a falar. Morreu de modo extremamente violento no dia 6 de Outubro do ano passado: foi espancado e posteriormente degolado. O seu fim teve uma ampla repercussão em Itália, onde Sergio Calore foi decisivo para esclarecer as tramas da extrema-direita dos anos 70, mas, paradoxalmente, não teve qualquer eco no Estado espanhol até agora, altura em que Angel Amigo realizou um documentário sobre os acontecimentos para a ETB. El caso Calore sucede a El año de todos los demonios, trabalho que divulgou ao público a pista italiana sobre o desaparecimento de Eduardo Moreno Bergaretxe, Pertur, em Julho de 1976. A investigação judicial segue paralelamente.
Ver na sequência: «Izzo y Concutelli» / «¿Y la masía?» / «Y la Abogacía estatal lo usa contra Sortu» / «Las memorias del ex policía Amedo y la desmemoria del ex jefe del espionaje Ugarte» / «¿Detuvieron a la madre de «Pertur» para un canje con dos policías secuestrados?»
Ramón SOLA
Notícia completa: Gara via kaosenlared.net
Excerto do documentário em BerriaTB
Em Março de 2009, o juiz da Audiência Nacional Fernando Andreu interrogou em Itália três veteranos mercenários fascistas. Um deles chamava-se Sergio Calore. Não foi tarefa fácil, já que Calore vivia há algum tempo como testemunha protegida e com identidade falsa, depois de se ter arrependido das passadas que deu nos anos 70 e de ter fornecido informações à Justiça italiana. Entre outras coisas, depôs sobre operações contra a ETA levadas a cabo pelo seu grupo em conivência com agentes policiais espanhóis.
Durante vários anos, ninguém no Estado espanhol se interessou por este processo judicial aberto pelo juiz italiano Giovanni Salvi e que possuía um título bastante esclarecedor: «Contra a ETA no Sul de França». Em Março de 2009, após a reabertura da investigação na Audiência Nacional, Calore reiterou perante Andreu alguns dados fornecidos por um outro elemento de extrema-direita, Angelo Izzo, que revelou que, em meados dos anos 70, este grupo levou a cabo acções usando como base uma casa de campo catalã e que pelo menos um militante da ETA ali foi mantido sequestrado, torturado e morto. Concretamente, Calore disse conhecer essa casa de campo e acrescentou que o plano era que, depois de passar por ela, os sequestrados fossem «enterrados no bosque» ali próximo.
Contudo, este ex-neofascista já não voltará a falar. Morreu de modo extremamente violento no dia 6 de Outubro do ano passado: foi espancado e posteriormente degolado. O seu fim teve uma ampla repercussão em Itália, onde Sergio Calore foi decisivo para esclarecer as tramas da extrema-direita dos anos 70, mas, paradoxalmente, não teve qualquer eco no Estado espanhol até agora, altura em que Angel Amigo realizou um documentário sobre os acontecimentos para a ETB. El caso Calore sucede a El año de todos los demonios, trabalho que divulgou ao público a pista italiana sobre o desaparecimento de Eduardo Moreno Bergaretxe, Pertur, em Julho de 1976. A investigação judicial segue paralelamente.
Ver na sequência: «Izzo y Concutelli» / «¿Y la masía?» / «Y la Abogacía estatal lo usa contra Sortu» / «Las memorias del ex policía Amedo y la desmemoria del ex jefe del espionaje Ugarte» / «¿Detuvieron a la madre de «Pertur» para un canje con dos policías secuestrados?»
Ramón SOLA
Notícia completa: Gara via kaosenlared.net
Excerto do documentário em BerriaTB