quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Moradores da Alde Zaharra de Donostia ameaçados por mostrarem bandeirolas a favor do repatriamento dos presos

Estabelecimentos comerciais da zona da Rua 31 de Agosto também receberam cartas ameaçadoras e intimidatórias, para que, julgam, retirem as bandeirolas a favor do repatriamento dos presos políticos bascos.

Vários moradores da Parte Velha donostiarra receberam cartas anónimas ameaçadoras e foram alvo de diversos tipos de sabotagens - nas fechaduras ou pintadas fascistas nas paredes - por exibirem nas suas varandas bandeirolas que reclamam o repatriamento dos presos políticos bascos, segundo fez saber publicamente, ontem, um grupo de moradores e pessoas que lhe são próximas.

Os números afectados são o 12 e 14 da Rua 31 de Agosto, embora as ameaças, que se verificaram ao longo dos últimos meses, também tenham atingido outros comerciantes da zona, bem como outros moradores, tivessem ou não penduradas as bandeirolas. Isto pode levar a que as pessoas afectadas que não tenham as bandeirolas façam pressão sobre os outros no sentido de que as retirem, para que as ameaças acabem. Quem esteve na conferência de imprensa disse temer que isso aconteça, embora esperem que tal não ocorra.

As pessoas afectadas apresentaram diversas queixas na Ertzaintza, mas, como afirmaram ontem, estão convencidas de que as missivas foram escritas pela mesma pessoa, até a julgar pelo tipo de letra e pelo conteúdo das cartas.

«Lo vais a pagar muy caro», «tenemos planeado lanzaros piedras y molotov a las ventanas por la noche» e «ya podéis estar preparados porque no sabéis lo que os espera» são algumas das frases que se podem ler nas diversas cartas. Não obstante, e «de forma bastante vil», os autores recorreram a um acontecimento trágico para pressionar os moradores. Tal como lembraram ontem, em Maio último uma mulher, que tinha na varanda uma bandeirola em defesa da aproximação dos presos bascos, morreu com um ataque de coração. Em seguida, a casa ardeu, com a inquilina lá dentro.

«Numa dessas cartas foram utilizadas expressões como 'la próxima vez el fuego va a empezar por el portal, porque voy a echar gasolina con un bidón por la noche y le voy a prender fuego', aumentando a dor da família», disseram.

Depois de qualificarem estes factos como «inaceitáveis», afirmaram que, «quando pedimos direitos para todos, pedimo-los para todos», e avisaram que não vão aceitar que se transforme num crime a exigência do repatriamento dos presos, que se encontram dispersos pelas prisões dos Estados espanhol e francês.

Fizeram ainda um apelo à participação na manifestação que, no próximo 8 de Setembro, partirá da Konstituzio plaza às 19h30 e que terá como lema «Eraso faxistarik ez! Euskal presoak etxera!» [Não aos ataques fascistas! Os presos bascos para casa!].

Oihane LARRETXEA
Notícia completa: Gara