quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O tribunal de Agen rejeita o mandado europeu contra Daniel Dergi

No final da audiência, Dergi afirmou visivelmente emocionado que se sentia «aliviado e feliz» pela sua família e pelos seus; «foi uma prova difícil». Para o ex-preso de Hiriburu (Lapurdi), «o mandado europeu é uma vergonha e a sua utilização é perversa».

«Há que acabar com os mandados europeus – disse –, pois vão contra qualquer processo de resolução do conflito basco».

O ex-preso político Daniel Dergi, em liberdade condicional desde 2008, foi detido no passado dia 6 de Julho na localidade francesa de Cahors, onde reside e trabalha, em virtude de uma mandado europeu de detenção emitido pela Audiência Nacional espanhola, que alegava factos ocorridos entre 1993 e 1994.

Dergi foi libertado uma semana depois de iniciar uma greve de fome na prisão de Gradignan contra a sua eventual entrega ao Estado espanhol, tendo ficado a aguardar pelo julgamento relativo ao mandado europeu, que se realizou a 27 de Julho último.

Nesse dia, a Corte de Apelação de Agen examinou o mandado emitido contra Daniel Dergi. Nas suas alegações, a magistrada do MP pediu ao tribunal que privilegiasse «a não entrega obrigatória» do militante basco, se bem que o seu discurso se tenha caracterizado por uma certa ambiguidade. A defesa pediu ao tribunal que rejeitasse a pedido «político» de Madrid.

Durante todo este período, sucederam-se as manifestações e expressões contra o mandado europeu e a favor da liberdade do militante basco por parte de diversos sectores da sociedade basca.

O ex-preso hiriburutarra encontra-se em liberdade condicional desde que, no dia 14 de Março de 2008, abandonou a prisão de Clairvaux, onde esteve preso na sequência de uma condenação a 20 anos de prisão. Após a sua libertação, residiu em vários departamentos afastados de Euskal Herria, tendo-lhe sido proibido o direito a residir nos departamentos limítrofes com os Pirinéus Atlânticos, Bretanha e Paris. Dergi foi porta-voz do Colectivo de Presos Políticos Bascos (EPPK).

Para além disso, durante o proceso de Lizarra-Garazi protagonizou uma das greves de fome mais longas (63 dias) efectuadas por militantes bascos, reivindicando o seu estatuto político.
Fonte: Gara

Fotos: Mobilizações em defesa de Daniel Dergi e contra o mandado europeu (Berria)

Ver também:
«Ageneko jujeak atzera bota du Daniel Dergi espainaratzeko eskaera» (kazeta.info)
[O juiz de Agen rejeita o pedido de extradição de Daniel Dergi]

«Ageneko auzitegiak atzera bota du Dergiren aurkako euroagindua» (Berria)
[O tribunal de Agen rejeitou o mandado europeu contra Dergi]