Milhares de pessoas encheram a Kale Nagusia / Gran Vía bilbaína para exigir o fim dos julgamentos políticos e mostrar a sua determinação em prosseguir no novo tempo político. À frente da marcha iam os imputados nos processos contra a esquerda abertzale e a juventude independentista, além de uma grande representação das associações culturais responsáveis pelas herrikos.
Com a cor laranja predominante, a marcha percorreu o trajecto entre o Sagrado Coração e a Câmara Municipal com o lema «Konponbidearen alde, eskubide guztiak. Libre! Epaiketa politikorik ez» (Pela solução, todos os direitos. Livre! Não aos julgamentos políticos!) e com palavras de ordem contra os julgamentos e a favor da resolução. As associações culturais processadas foram as que mais cor deram à marcha, com cada qual a caracterizar o seu trabalho com um estilo próprio.
No final da manifestação, Floren Aoiz e Garazi Rodríguez dirigiram-se aos presentes em nome dos processados para acusar o Estado espanhol de procurar «fechar portas à esperança» e de «substituir o novo tempo com políticas e medidas antiquadas».
A intervenção de ambos foi marcada por duas ideias: o povo e olhar para o futuro. Sublinharam que o Estado não conseguirá bloquear o processo: «estamos a multiplicar as cumplicidades para fazer o caminho juntos e o apoio internacional é crescente».
Afirmaram que o «povo entende que não estamos em tempos de processos políticos e de meter gente na cadeia pelas suas opiniões ou actividades políticas, mas de procurar soluções justas para o conflito».
Aoiz e Rodríguez afirmaram que o povo basco precisa de soluções e que estas «só podem vir da democracia». Confessaram-se culpados, «culpados de promover este novo tempo político», e acrescentaram que «o problema é de quem lhe pretende fazer frente». Aludindo aos governantes espanhóis, afirmaram que «põem de lado a democracia para enfrentar um problema que requer democracia, democracia e mais democracia».
Terminaram a intervenção dizendo que têm «razões para continuar com alegria e espírito positivo», porque «são capazes de enfrentar qualquer tempestade».
Irati Mujika e Idoya Iragorri, também na manifestação
Minutos antes do início da mobilização, aos imputados em ambos os processos, juntaram-se outros dois: Irati Mujika e Idoya Iragorri, que decidiram não se apresentar na Audiência Nacional espanhola e que permanecem escondidas desde então.
Para além de Irati e Idoya, outros dois jovens independentistas também decidiram não se apresentar em Madrid: Unai Ruiz e Goizane Pinedo, para quem foi enviada uma mensagem de apoio. / Ver: naiz.info / Fotos: marcha contra os julgamentos políticos (Berria)
Ver: «Dezenas de pessoas manifestam-se em Madrid contra os julgamentos políticos» (naiz.info)
Dezenas de pessoas protestaram contra os processos judiciais contra a esquerda abertzale e a juventude independentista em Madrid, entre as praças Tirso de Molina e Sol.