Por ordem da Câmara Municipal de Barcelona, os Mossos d'Esquadra despejaram ontem à tarde o emblemático Centro Social Can Vies, no bairro de Sants, um espaço ocupado há mais de 17 anos e que funcionava no bairro como um motor cultural e associativo.
Muita gente acorreu ao local em protesto, concentrando-se na Praça de Sants, já que a Polícia cortava os acessos ao Can Vies. O último dos 12 ocupantes que resistiam no interior do centro social foi retirado às 19h00.
Às 20h00, cerca de 4000 mil pessoas participaram numa manifestação de protesto. A dada altura, um grupo de manifestantes queimou contentores, atacou fachadas de agências bancárias, bem como uma unidade móvel da TV3, que ficou completamente queimada. Começaram, então, as cargas dos Mossos por todo o bairro, que provocaram vários feridos.
Ataque a La Directa
Passados cerca de 45 minutos, elementos da Polícia Anti-Motim saíram dos furgões e, de cassetete na mão, agrediram várias pessoas numa zona onde não se registavam distúrbios.
As pessoas começaram a correr e algumas procuraram refúgio na sede de La Directa, aberta a essa hora porque ali ia haver uma reunião.
Quando viram que a Polícia tinha intenções de entrar na redacção, os ali presentes baixaram a persiana. Os polícias tentaram impedi-lo e, como não conseguiram, um dos agentes partiu um vidro, acabando por ferir um colaborador de La Directa, que teve de receber assistência médica, com vários vidros espetados na cara e no tórax.
Carga contra jornalistas à porta do La Directa
Depois de fechadas as persianas e com as pessoas protegidas no interior, os agentes foram-se embora; voltaram mais três vezes, numa das quais agrediram uma jornalista da SER às portas da redacção de La Directa. / Ver: lahaine.org
Ver também: «Despejado o histórico centro social autogerido Can Vies (Catalunya)» (BorrokaGaraiaDa)
«Demitiu-se o director-geral dos Mossos d'Esquadra, Manel Prat» (naiz.info)
Adenda: esta madrugada: «Novos confrontos nos bairros de Sants e Gràcia, em Barcelona» (naiz.info)