quarta-feira, 21 de maio de 2014

A Etxerat pergunta quantos presos têm de morrer para acabarem as medidas de excepção

Numa conferência de imprensa hoje realizada em Gasteiz, Nagore López de Luzuriaga, que recordou que no ano passado morreram três presos bascos, afirmou que Madrid e Paris mantêm na cadeia estes doze cidadãos bascos «mesmo sabendo que as suas doenças são incuráveis e que apenas vão piorar, mesmo sabendo que os estão a condenar à morte. Mantêm-nos presos aplicando-lhes as medidas mais cruéis, medidas como a dispersão, o isolamento ou dificultando sistematicamente o tratamento que cada doença requer».

Afirmou também que a decisão de «prolongar» a dor e o sofrimento dos presos, das suas famílias e amigos visa obter «benefícios políticos». Entre 2008 e 2011, doze presos obtiveram o regime de prisão atenuada por motivos de saúde. «Foi-lhes aplicado com muitos entraves, com muitos problemas, mas existia a possibilidade de um preso doente poder conviver dignamente com a sua doença».

Isto não é possível actualmente, pois os estados «fecharam» o acesso à prisão atenuada depois de a ETA ter anunciado o fim da actividade armada. «É bastante significativo e esclarecedor que a política penitenciária tenha endurecido precisamente depois de a ETA ter cessado a sua actividade», afirmou López de Luzuriaga, que voltou a exigir o fim das medidas de excepção.

«Por que esperam os estados para abandonar a política penitenciária da vingança e da dor?», perguntou a representante da Etxerat, que pediu às pessoas que participem nas manifestações de dia 31 de Maio em Ondarroa e Baiona.

Os familiares de Ibon Iparragirre, Txus Martin e Ventura Tomé aproveitaram a conferência de imprensa para dar conta da situação em que se encontram os três presos políticos. / Ver: naiz.info / Ver também: etxerat.info

ENEKO ZARRABEITIA E JORGE OLAIZ LIBERTADOS
O preso político Eneko Zarrabeitia (Abadiño, Bizkaia) cumpriu na íntegra a pena a que foi condenado no Estado francês e, na semana passada, foi extraditado para o Estado espanhol juntamente com Joanes Larretxea. Encontrava-se na cadeia de Soto del Real.
De acordo com a informação divulgada pelo portal anboto.org, o juiz Pablo Ruz, da AN espanhola, decretou a libertação, sem fiança, do abadiñarra, embora tenha mantido aberto um processo judicial contra ele.

Por outro lado, o portal ahotsa.info fez saber que o preso político basco Jorge Olaiz [na foto], habitante do bairro pamplonês de Sanduzelai, foi hoje libertado. Detido em 2001, conheceu bem a realidade da dispersão, tendo passado por muitas prisões, a última das quais Almeria. Esperava-se que chegasse hoje pelas 20h30 à capital navarra. / Ver: Berria