O julgamento dos pescadores barbudos, que hoje começou no Palácio da Justiça de Iruñea, tomou um rumo inesperado, na medida em que os cinco arguidos reconheceram serem os responsáveis pelo aparecimento de uma enorme ikurriña na Udaletxe Plaza a 6 de Julho de 2013, minutos antes do txupinazo dos Sanfermines. Assim, a estratégia do Ministério Público passou para segundo plano, já que todo o seu trabalho se centrava na busca de provas para incriminar as cinco pessoas como autores dos factos.
Antes do início do julgamento, os arguidos efectuaram declarações à comunicação social, criticando a atitude do Município e do autarca, por considerarem que aquilo que «o incomodava» era a ikurriña, e que não existiam outros motivos técnicos ou de segurança que justificassem o atraso na cerimónia do txupinazo.
Os arrantzale bizardunak reclamaram o fim da Lei dos Símbolos, que hoje em dia impede que a ikurriña esteja presente nas instituições públicas navarras, e lembraram que, depois do franquismo, a Câmara Municipal de Iruñea içou esta bandeira até antes das de Gasteiz e de Bilbo.
A bandeira «foi exibida com toda a normalidade durante a primeira legislatura municipal posterior à morte de Franco. Nessa altura, as leis não fizeram mais que dar expressão ao que os democratas haviam exigido durante o franquismo». Já hoje uma parte importante do povo é alvo de exclusão e repressão em Sanfermines consecutivos, actos públicos e folclóricos, por via da «discriminatória» Lei dos Símbolos; inclusive, alguns representantes institucionais chegaram a ser multados e ameaçados, denunciaram.
O Ministério Público pede cinco meses de prisão para cada um pelo crime de «desordem pública» e a Câmara Municipal de Iruñea pede dois anos de cadeia e a interdição de participar em eventos ou espectáculos públicos da mesma natureza.
Sanferminak 2013: ikurriña «making-of» [ahotsa] Ver: ahotsa.info e twitter do jornalista Martxelo Díaz
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
Os «pescadores» assumem a acção e deitam por terra a estratégia do MP
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