A dirigente da Izquierda Castellana (IzCa) faleceu na sexta-feira à tarde, dia 29, com 64 anos. Advogada residente em Valhadolide (Castela-Leão), lutou tenazmente contra a ilegalização da esquerda abertzale, participando em mobilizações e integrando a lista de candidatos da Iniziatiba Internazionalista, em 2009.
Doris Benegas Haddad nasceu em Caracas (Venezuela) em 1951, filha de mãe venezuelana, com origens libanesas-palestinianas, e de pai basco, a viver no exílio. Em 1956, com quatro anos, veio com a família para Donostia.
Em 1969, iniciou estudos de Direito na capital guipuscoana, e foi nesta fase que começou a militar politicamente, ingressando nos Comités Revolucionários Estudantis de Gipuzkoa e nos Komunistak - Movimento Comunista.
Com 21 anos, em 1973, mudou-se para Valhadolide, onde terminou o curso de Direito, trabalhou numa fábrica e entrou num escritório de advogados. Tomou parte activa na defesa de Castela como entidade política e nacional, foi comunera, socialista e destacou-se na luta pelos direitos das mulheres. Como advogada, defendeu inúmeros trabalhadores despedidos, vendo o seu escritório ser atacado e incendiado por um grupo fascista em 1979.
Como representante da Unidad Popular-Pueblo Revolucionario, Benegas foi candidata à Câmara Municipal de Valhadolide em 1979 e 1983. Em 1985, foi co-fundadora da Unidad Popular Castellana, bem como da organização Juventudes Castellanas Revolucionarias, que hoje é a Yesca. Residiu em Valhadolide até à sua morte.
Dirigente da IzCa, destacou-se também como defensora da esquerda independentista basca numa altura em que «os democratas de toda a vida» impunham o espectro da ilegalização e vetavam candidaturas sucessivas. Em 2009, fazendo frente a tudo o que o fachario lhe quis chamar, foi segunda na lista da Iniziatiba Internazionalista. Deixa muitas saudades em Euskal Herria. / Ver: Berria, naiz e BorrokaGaraiaDa [com uma extensa biografia]