Um grupo de habitantes de Deierri (Nafarroa) sentiu a necessidade «de abordar o levantamento com serenidade e rigor». Efectuaram uma trabalho de documentação importante, recuperando dados sobre o que representou a repressão fascista a partir de 1936. Deste trabalho surgiu a obra Deierri 1936 e um documentário que pode ser adquirido gratuitamente com a aquisição do livro, por 10 €.
No sábado, dia 29 de Maio, vão realizar em Ibiriku uma jornada-homenagem às «vítimas da repressão franquista».
Lançaram mãos à obra para compilar dados sobre o que se passou há 70 anos na vossa zona. O que é que descubriram? O que sucedeu realmente em torno dos acontecimentos de 1936 na vossa zona?
No vale de Deierri o carlismo estava tão arraigado que não havia espaço para outras expressões políticas. Nestas circunstâncias, o clero organizou a sublevação com facilidade. E depois, os habitantes do vale lançaram-se numa nova Carlistada em defesa da religião e do sistema foral. Muito para seu pesar, ajudaram a entronizar Franco.
Sem prejuízo do que se disse anteriormente, alguns moradores do vale foram alvo da repressão dos golpistas. Seis habitantes do vale foram fuzilados por desertar na frente, ainda que apareçam no monumento dos caídos de Iruñea como caídos por Deus e por Espanha. Outros quatro habitantes caíram às mãos dos sublevados. Quatro moradores de Allotz, afins à República, foram detidos, levados para a prisão de Zirauki e estiveram à beira de ser fuzilados. Alguns habitantes de Abartzuza estiveram quase a ser fuzilados em virtude das suas afinidades nacionalistas bascas…
Paralelamente, no vale de Deierri assassinaram mais de 70 militantes de Esquerda de municípios mais ou menos próximos a Deierri: Larraga, Lodosa, San Adíán, Dicastillo, Sesma, Lerín, entre outros.
Como foi trabalhado o tema da recuperação da memória histórica durante estes anos?
Depois de muitos anos de silêncio, fomos muitos, em Deierri, a sentir a necessidade de abordar a questão do levantamento com serenidade e rigor. Assim, surgiu uma iniciativa que se encarregou do trabalho de documentação, complementando-o com os testemunhos dos habitantes de Deierri que viveram aquela realidade, sistematizando essa informação e levando a cabo um trabalho: a obra Deierri 1936.
Paralelamente, apresentámos na Câmara Municipal uma moção cujo objectivo é elaborar um mapa de valas, a exumação de cadáveres, a identificação e a trasladação para as terras de origem. Esta moção foi rejeitada pelos representantes da UPN e do PSOE no Município do vale.
O que é que os levou a organizar este evento?
Com o levantamento de 36, o terror apoderou-se do vale. Ao terror seguiu-se o silêncio e durante anos este tema só foi abordado em âmbitos privados. Por fim, embora tenham passado mais de sete décadas, chegou a hora de ler en alto este capítulo da repressão em Deierri.
Vocês realizaram um documentário. Falem-nos um pouco dele.
Esse documentário recolhe, de forma resumida, os acontecimentos mais relevantes que determinaram o levantamento em Deierri, as suas consequências e a perspectiva desta iniciativa, mais de sete décadas volvidas sobre o levantamento.
Onde pode ser adquirido?
O livro estará à venda no dia 29 de Abril em Ibiriku por 10 euros. Quem quiser pode levar o documentário gratuitamente.
Fonte: nafarroan.com
No sábado, dia 29 de Maio, vão realizar em Ibiriku uma jornada-homenagem às «vítimas da repressão franquista».
Lançaram mãos à obra para compilar dados sobre o que se passou há 70 anos na vossa zona. O que é que descubriram? O que sucedeu realmente em torno dos acontecimentos de 1936 na vossa zona?
No vale de Deierri o carlismo estava tão arraigado que não havia espaço para outras expressões políticas. Nestas circunstâncias, o clero organizou a sublevação com facilidade. E depois, os habitantes do vale lançaram-se numa nova Carlistada em defesa da religião e do sistema foral. Muito para seu pesar, ajudaram a entronizar Franco.
Sem prejuízo do que se disse anteriormente, alguns moradores do vale foram alvo da repressão dos golpistas. Seis habitantes do vale foram fuzilados por desertar na frente, ainda que apareçam no monumento dos caídos de Iruñea como caídos por Deus e por Espanha. Outros quatro habitantes caíram às mãos dos sublevados. Quatro moradores de Allotz, afins à República, foram detidos, levados para a prisão de Zirauki e estiveram à beira de ser fuzilados. Alguns habitantes de Abartzuza estiveram quase a ser fuzilados em virtude das suas afinidades nacionalistas bascas…
Paralelamente, no vale de Deierri assassinaram mais de 70 militantes de Esquerda de municípios mais ou menos próximos a Deierri: Larraga, Lodosa, San Adíán, Dicastillo, Sesma, Lerín, entre outros.
Como foi trabalhado o tema da recuperação da memória histórica durante estes anos?
Depois de muitos anos de silêncio, fomos muitos, em Deierri, a sentir a necessidade de abordar a questão do levantamento com serenidade e rigor. Assim, surgiu uma iniciativa que se encarregou do trabalho de documentação, complementando-o com os testemunhos dos habitantes de Deierri que viveram aquela realidade, sistematizando essa informação e levando a cabo um trabalho: a obra Deierri 1936.
Paralelamente, apresentámos na Câmara Municipal uma moção cujo objectivo é elaborar um mapa de valas, a exumação de cadáveres, a identificação e a trasladação para as terras de origem. Esta moção foi rejeitada pelos representantes da UPN e do PSOE no Município do vale.
O que é que os levou a organizar este evento?
Com o levantamento de 36, o terror apoderou-se do vale. Ao terror seguiu-se o silêncio e durante anos este tema só foi abordado em âmbitos privados. Por fim, embora tenham passado mais de sete décadas, chegou a hora de ler en alto este capítulo da repressão em Deierri.
Vocês realizaram um documentário. Falem-nos um pouco dele.
Esse documentário recolhe, de forma resumida, os acontecimentos mais relevantes que determinaram o levantamento em Deierri, as suas consequências e a perspectiva desta iniciativa, mais de sete décadas volvidas sobre o levantamento.
Onde pode ser adquirido?
O livro estará à venda no dia 29 de Abril em Ibiriku por 10 euros. Quem quiser pode levar o documentário gratuitamente.
Fonte: nafarroan.com