À porta fechada. Sem debate público. Na sexta-feira, o Parlamento optou por levar à Junta de Porta-vozes a decisão de se juntar à proclamação institucional do 10 de Novembro como Dia da Memória. PNV, PSE e PP posicionaram-se a favor, enquanto Aralar e EA se abstiveram. Como o Gara adiantou, na segunda-feira a data será oficializada com o apoio do Governo de Lakua, do Parlamento, das Juntas Gerais e da Eudel.
O calendário institucional da CAB já tem uma nova data, o Dia da Memória, dedicado às «vítimas do terrorismo». A iniciativa do Departamento do Interior contou com o apoio das Juntas Gerais dos três territórios (Araba, Bizkaia e Gipuzkoa) e da Eudel. Na sexta-feira juntou-se-lhes o Parlamento de Gasteiz. E fê-lo sem qualquer debate público. Aceitando o texto registado pelo Departamento de Rodolfo Ares.
A iniciativa segue a linha estratégica traçada pelo Pacto PSE-PP na sua «política de defesa das liberdades e contra o terrorismo». E o PNV juntou-se a ela. Em declarações à Europa Press, o segundo secretário da Mesa, Mikel Martínez (PNV), explicou que a escolha deste dia se fica a dever ao facto de «parecer que nunca se cometeu um atentado nessa data», pelo que a escolheram para «reunir todas as pessoas que foram assassinadas por algum tipo de terrorismo».
Aintzane Ezenarro, do Aralar, explicou a sua abstenção referindo que «se está a agir de forma incorrecta e pode gerar agravos entre vítimas». Acrescentou que o direito à memória que assiste às vítimas tem de vir depois de se lhes serem reconhecidos os direitos básicos: verdade, justiça e reconhecimento. «A sociedade basca percorreu um caminho para reconhecer estes direitos, mas não em relação a todas as vítimas», denunciou.
O parlamentar do EA, Jesús Mari Larrazabal, afirmou que este dia «não é necessário porque na prática e no fundo vai ser dedicado só a certas vítimas do terrorismo, não a todas». Em seu entender, se as circunstâncias o permitirem a breve prazo, «haverá que começar a pensar num Dia da Reconciliação, sem grande carga formal e que deverá manter-se só durante alguns anos, nada mais».
A institucionalização da jornada far-se-á na segunda-feira em Lakua, com a máxima representação do Parlamento, das Juntas e da Eudel. A intenção é que nesse dia se promovam declarações institucionais e se façam oferendas nos pontos de evocação das vítimas.
Iñaki IRIONDO
Retiradas do vídeo da Ertzaintza as imagens que o Gara assinalou
O Departamento do Interior retirou do vídeo que convida à delação na «página antiterrorista» da Ertzaintza as imagens que tinham sido apontadas pelo Gara. Numa ligava-se a ikurriña e manifestações pacíficas a uma suposta «escalada do terror». Noutra tachava-se de criminosos vítimas da Polícia franquista e da «guerra suja». Uma pessoa que foi agredida primeiro por «pacifistas» e depois pela Polícia, em Iruñea, era associada a jovens fanatizados.
Rodolfo Ares explicou na quarta-feira - quando só tinham sido retiradas as imagens da ikurriña - que não queria que estes detalhes desviassem a atenção do verdadeiro objectivo da página.
Pese embora estas mudanças, o vídeo continua a dar uma visão enviesada e descontextualizada da história da ETA, alheia a qualquer abordagem objectiva e científica do tema. I.I.
Fonte: Gara
O calendário institucional da CAB já tem uma nova data, o Dia da Memória, dedicado às «vítimas do terrorismo». A iniciativa do Departamento do Interior contou com o apoio das Juntas Gerais dos três territórios (Araba, Bizkaia e Gipuzkoa) e da Eudel. Na sexta-feira juntou-se-lhes o Parlamento de Gasteiz. E fê-lo sem qualquer debate público. Aceitando o texto registado pelo Departamento de Rodolfo Ares.
A iniciativa segue a linha estratégica traçada pelo Pacto PSE-PP na sua «política de defesa das liberdades e contra o terrorismo». E o PNV juntou-se a ela. Em declarações à Europa Press, o segundo secretário da Mesa, Mikel Martínez (PNV), explicou que a escolha deste dia se fica a dever ao facto de «parecer que nunca se cometeu um atentado nessa data», pelo que a escolheram para «reunir todas as pessoas que foram assassinadas por algum tipo de terrorismo».
Aintzane Ezenarro, do Aralar, explicou a sua abstenção referindo que «se está a agir de forma incorrecta e pode gerar agravos entre vítimas». Acrescentou que o direito à memória que assiste às vítimas tem de vir depois de se lhes serem reconhecidos os direitos básicos: verdade, justiça e reconhecimento. «A sociedade basca percorreu um caminho para reconhecer estes direitos, mas não em relação a todas as vítimas», denunciou.
O parlamentar do EA, Jesús Mari Larrazabal, afirmou que este dia «não é necessário porque na prática e no fundo vai ser dedicado só a certas vítimas do terrorismo, não a todas». Em seu entender, se as circunstâncias o permitirem a breve prazo, «haverá que começar a pensar num Dia da Reconciliação, sem grande carga formal e que deverá manter-se só durante alguns anos, nada mais».
A institucionalização da jornada far-se-á na segunda-feira em Lakua, com a máxima representação do Parlamento, das Juntas e da Eudel. A intenção é que nesse dia se promovam declarações institucionais e se façam oferendas nos pontos de evocação das vítimas.
Iñaki IRIONDO
Retiradas do vídeo da Ertzaintza as imagens que o Gara assinalou
O Departamento do Interior retirou do vídeo que convida à delação na «página antiterrorista» da Ertzaintza as imagens que tinham sido apontadas pelo Gara. Numa ligava-se a ikurriña e manifestações pacíficas a uma suposta «escalada do terror». Noutra tachava-se de criminosos vítimas da Polícia franquista e da «guerra suja». Uma pessoa que foi agredida primeiro por «pacifistas» e depois pela Polícia, em Iruñea, era associada a jovens fanatizados.
Rodolfo Ares explicou na quarta-feira - quando só tinham sido retiradas as imagens da ikurriña - que não queria que estes detalhes desviassem a atenção do verdadeiro objectivo da página.
Pese embora estas mudanças, o vídeo continua a dar uma visão enviesada e descontextualizada da história da ETA, alheia a qualquer abordagem objectiva e científica do tema. I.I.
Fonte: Gara