segunda-feira, 24 de maio de 2010

Koldo Arriola, executado pela Guarda Civil em 1975, lembrado em Ondarroa


Koldo Arriola, um jovem de 18 anos, perdeu a vida há 35 anos, mas a sua lembrança permanece viva entre muitos ondarroarras, mesmo entre aqueles que não viviam naquela época, como ontem se pôde comprovar na localidade biscainha, onde dezenas de pessoas se juntaram em frente ao local em que se deram os factos.

No dia 23 de Maio de 1975, Koldo Arriola e mais dois jovens regressavam a suas casas depois de um jantar de fim de curso em Saturraran. O seu «crime» consistiu em passar à frente do quartel da Guarda Civil, instalado no centro da localidade, cantando em euskara. Os agentes interceptaram e obrigaram Arriola a entrar no edifício. Poucos minutos depois, ouviu-se um tiro.

Na manhã seguinte, os seus pais receberam uma curta chamada telefónica de um aguazil que confirmava os piores receios: que o seu filho estava morto e que o corpo se encontrava no depósito do cemitério.

Denunciando os factos e apesar de estar em vigor o estado de excepção, Ondarroa ficou paralisada pela greve geral e milhares de pessoas acompanharam o féretro de Arriola durante os funeral, que se realizou no dia 25.
Mais tarde veio a saber-se o nome do guarda civil - Pedro Rodríguez - que disparou à queima-roupa por duas vezes contra ele.

«Koartel honetan erail zuten Koldo Arriola gaztea gugan bizi» [Neste quartel assassinaram o jovem Koldo Arriola, que vive em nós]. Esta frase, que se lia na faixa colocada no muro do edifício que a Guarda Civil ocupou durante décadas, presidiu à homenagem que os seus conterrâneos lhe prestaram ontem.

Neste mesmo lugar - agora cercado por uma vedação por motivo de obras -, um grupo de jovens dantzaris dançaram o aurresku de honra e colocaram ramos de flores em memória de Koldo Arriola.

Durante o mencionado período de excepção imposto pela ditadura franquista na Bizkaia e em Gipuzkoa, em pouco mais de um mês foram também mortos por membros das forças policiais ou de grupos paramilitares os cidadãos bascos Alfredo San Sebastián, Felicitas María Lecket, Blanca Salegi, Iñaki Garay e Jesús Mari Markiegi.
Fonte: Gara