Uma pessoa agredida por manifestantes que protestavam contra a morte Miguel Angel Blanco, quando saía de casa, em Iruñea, ilustra a referência a jovens «a quem foi incutido o ódio e o fanatismo»
Um jovem que, segundo testemunhas oculares, saía de um portal da Parte Antiga de Iruñea nos Sanfermines de 1997, com roupa limpa e asseada, teve a má sorte de encontrar um grupo de pessoas que se manifestavam contra a morte de Miguel Angel Blanco. A sua T-shirt com o lema «Euskal Presoak Euskal Herrira» bastou para que se atirassem a ele e o agredissem. Do tumulto, retirou-o a Polícia espanhola.
Ainda não sangrava. Depois da tareia que os agentes lhe deram, ficou com a cara toda encarnada. Foi então que levantou as mãos para que o vissem bem tanto os poucos fotógrafos que estavam no local como os «pacifistas». Era o dia 13 de Julho de 1997.
A sua imagem voltou a ser notícia porque aparece no vídeo «terrorista=delincuente» do «portal antiterrorista» do Governo de Lakua em que se convida à delação de alegados membros da ETA ou envolvidos em acções de kale borroka. Nas imagens difundidas pela Ertzaintza não é possível apreciar a sua cara ensanguentada, a não ser que se percorra fotograma a fotograma.
O que se pode ouvir na perfeição é a voz do narrador, que diz que os novos integrantes da ETA «são gente jovem, nascida e educada na democracia, mas aos quais foi incutido o ódio fanático». É nesse momento que aparece a figura do jovem, quase sempre de costas, fazendo gestos que poderiam dar a entender que está a provocar alguém, quando na realidade acabava de ser vítima de duas agressões. Primeiro, a dos «pacifistas», depois, a da Polícia espanhola.
Como já foi publicado em dias anteriores, neste mesmo vídeo identifica-se «ofensiva de terror» da ETA «desde o seu nascimento» com imagens de ikurriñas. E pessoas que morreram abatidas a tiro pela Polícia franquista, vítimas da «guerra suja» e outras que ainda continuam «desaparecidas» são tachadas de criminosos.
O conselheiro Rodolfo Ares irá ao Parlamento de Gasteiz dar explicações sobre esta página de Internet na quarta-feira.
Iñaki IRIONDO
Fonte: Gara
Um jovem que, segundo testemunhas oculares, saía de um portal da Parte Antiga de Iruñea nos Sanfermines de 1997, com roupa limpa e asseada, teve a má sorte de encontrar um grupo de pessoas que se manifestavam contra a morte de Miguel Angel Blanco. A sua T-shirt com o lema «Euskal Presoak Euskal Herrira» bastou para que se atirassem a ele e o agredissem. Do tumulto, retirou-o a Polícia espanhola.
Ainda não sangrava. Depois da tareia que os agentes lhe deram, ficou com a cara toda encarnada. Foi então que levantou as mãos para que o vissem bem tanto os poucos fotógrafos que estavam no local como os «pacifistas». Era o dia 13 de Julho de 1997.
A sua imagem voltou a ser notícia porque aparece no vídeo «terrorista=delincuente» do «portal antiterrorista» do Governo de Lakua em que se convida à delação de alegados membros da ETA ou envolvidos em acções de kale borroka. Nas imagens difundidas pela Ertzaintza não é possível apreciar a sua cara ensanguentada, a não ser que se percorra fotograma a fotograma.
O que se pode ouvir na perfeição é a voz do narrador, que diz que os novos integrantes da ETA «são gente jovem, nascida e educada na democracia, mas aos quais foi incutido o ódio fanático». É nesse momento que aparece a figura do jovem, quase sempre de costas, fazendo gestos que poderiam dar a entender que está a provocar alguém, quando na realidade acabava de ser vítima de duas agressões. Primeiro, a dos «pacifistas», depois, a da Polícia espanhola.
Como já foi publicado em dias anteriores, neste mesmo vídeo identifica-se «ofensiva de terror» da ETA «desde o seu nascimento» com imagens de ikurriñas. E pessoas que morreram abatidas a tiro pela Polícia franquista, vítimas da «guerra suja» e outras que ainda continuam «desaparecidas» são tachadas de criminosos.
O conselheiro Rodolfo Ares irá ao Parlamento de Gasteiz dar explicações sobre esta página de Internet na quarta-feira.
Iñaki IRIONDO
Fonte: Gara
