Alfonso Sastre: «Fui um solitário em companhia»
O dramaturgo e escritor foi homenageado ontem à noite pela sua «família» em Hondarribia (Gipuzkoa), onde reside desde 1977. Considerado pelo jornalista e crítico teatral Javier Villán como «o melhor autor espanhol da segunda metade do século XX», foi galardoado com o título de Membro de Honra do CELCIT (Centro Latinoamericano de Creación e Investigación Teatral).
Andrés Sorel, secretário-geral da Asociación Colegial de Escritores, descreveu Alfonso Sastre como «sábio, nobre e justo» e é uma personagem, disse, que «parece retirada do imaginário de Shakespeare». Foi desta forma que as pessoas ontem reunidas na Câmara Municipal de Hondarribia desenhavam a figura do dramaturgo de 74 anos, homenageado por toda a sua carreira.
Claramente emocionado, Sastre recebeu a medalha e o diploma que o nomeia Membro de Honra do CELCIT das mãos do seu director e fundador, Luis Molina. «O CELCIT deve muito a Sastre», afirmou. Para Molina, marcou-lhes um caminho a seguir no teatro, e «a sua ética - disse - esteve sempre presente na organização». Recordando tempos passados, evocaram gestos e episódios partilhados com Sastre e a também escritora e editora Eva Forest, a sua companheira já desaparecida. «Para mim, um gesto incrível foi o ter apresentado um workshop no Festival Internacional de Bogotó logo a seguir a uma operação ao coração», contou o director. Ao fim e ao cabo, o que o CELCIT pretendia com esta homenagem era «entregar-lhe uma modesta medalha que mostrasse o reconhecimento pela sua solidariedade e a sua exemplar e difícil trajectória no teatro».
Alfonso Sastre, que se descreve a si mesmo como «um homem solitário que sempre esteve em companhia», abraçava Luis Molina e agradecia em forma de versos, já que «as seguidilhas são a minha maneira de transmitir o meu amor». E, olhando para o director do CELCIT, e «lembrando sempre Eva», juntava um sentido «gracias de corazón», «mila esker, eta mila esker».
Jon Elizalde, vice-presidente do Município de Hondarribia, felicitou o CELCIT pelo seu 35.º aniversário e também Sastre, dizendo que, com ele, «Euskal Herria, a cultura basca, o euskara e Hondarribia tinham feito uma magnífica aquisição». E o presidente da Asociación Cultural Alfonso Sastre-Alfonso Sastre Kultur Elkartea, Xabi Puerta, considerou a homenagem como «merecida», por ser «um mestre da literatura e da vida».
No final do sentido acto de homenagem, a actriz Zutoia Alarcia interpretou um monólogo de uma das obras mais importantes e reconhecidas deste dramaturgo lutador e solidário: ¿Dónde estás, Ulalume, dónde estás?.
Maddalen LARRINAGA
Fonte: Gara
O dramaturgo e escritor foi homenageado ontem à noite pela sua «família» em Hondarribia (Gipuzkoa), onde reside desde 1977. Considerado pelo jornalista e crítico teatral Javier Villán como «o melhor autor espanhol da segunda metade do século XX», foi galardoado com o título de Membro de Honra do CELCIT (Centro Latinoamericano de Creación e Investigación Teatral).
Andrés Sorel, secretário-geral da Asociación Colegial de Escritores, descreveu Alfonso Sastre como «sábio, nobre e justo» e é uma personagem, disse, que «parece retirada do imaginário de Shakespeare». Foi desta forma que as pessoas ontem reunidas na Câmara Municipal de Hondarribia desenhavam a figura do dramaturgo de 74 anos, homenageado por toda a sua carreira.
Claramente emocionado, Sastre recebeu a medalha e o diploma que o nomeia Membro de Honra do CELCIT das mãos do seu director e fundador, Luis Molina. «O CELCIT deve muito a Sastre», afirmou. Para Molina, marcou-lhes um caminho a seguir no teatro, e «a sua ética - disse - esteve sempre presente na organização». Recordando tempos passados, evocaram gestos e episódios partilhados com Sastre e a também escritora e editora Eva Forest, a sua companheira já desaparecida. «Para mim, um gesto incrível foi o ter apresentado um workshop no Festival Internacional de Bogotó logo a seguir a uma operação ao coração», contou o director. Ao fim e ao cabo, o que o CELCIT pretendia com esta homenagem era «entregar-lhe uma modesta medalha que mostrasse o reconhecimento pela sua solidariedade e a sua exemplar e difícil trajectória no teatro».
Alfonso Sastre, que se descreve a si mesmo como «um homem solitário que sempre esteve em companhia», abraçava Luis Molina e agradecia em forma de versos, já que «as seguidilhas são a minha maneira de transmitir o meu amor». E, olhando para o director do CELCIT, e «lembrando sempre Eva», juntava um sentido «gracias de corazón», «mila esker, eta mila esker».
Jon Elizalde, vice-presidente do Município de Hondarribia, felicitou o CELCIT pelo seu 35.º aniversário e também Sastre, dizendo que, com ele, «Euskal Herria, a cultura basca, o euskara e Hondarribia tinham feito uma magnífica aquisição». E o presidente da Asociación Cultural Alfonso Sastre-Alfonso Sastre Kultur Elkartea, Xabi Puerta, considerou a homenagem como «merecida», por ser «um mestre da literatura e da vida».
No final do sentido acto de homenagem, a actriz Zutoia Alarcia interpretou um monólogo de uma das obras mais importantes e reconhecidas deste dramaturgo lutador e solidário: ¿Dónde estás, Ulalume, dónde estás?.
Maddalen LARRINAGA
Fonte: Gara