terça-feira, 18 de maio de 2010

Em Bilbau, afirmam que fotos dos presos são «instrumento para denunciar violação dos seus direitos»


Os dois taberneiros da Alde Zaharra bilbaína que tinham sido notificados para comparecer na AN espanhola pelo facto de terem imagens de presos nos seus estabelecimentos, no âmbito da campanha de criminalização promovida pelo Departamento do Interior de Lakua para fazer desaparecer as fotos dos prisioneiros políticos bascos, defenderam hoje numa conferência de imprensa em Bilbau que «as fotos das nossas vizinhas presas não pretendem enaltecer a sua militância em qualquer organização», mas «simbolizam o sofrimento de cada pessoa presa, muito mais que mil palavras».
Afirmaram também que, com base na sua convicção de que é possível «alcançar uma sociedade mais justa e democrática, não podemos permitir que a solidariedade para com estas pessoas e a denúncia da sua situação seja considerada um crime».
Antes de regressarem aos seus postos de trabalho, não deixaram de reafirmar a sua vontade de contribuir «para uma solução, que passa em grande medida pela restauração democrática de todos os direitos aos perseguidos políticos».
Ao afixarem fotos destes, «não pretendem humilhar ou menosprezar as pessoas que perderam familiares durante os longos e duros anos de conflito político-armado. A foto é a imagem, a ferramenta para denunciar a violação dos seus direitos enquanto pessoas», afirmaram.
Fonte: Gara via kaosenlared.net

Centenas de pessoas exigem em Aramaio a liberdade de Agirre Agiriano
As ruas de Aramaio (Araba) foram palco, no sábado à tarde, de uma manifestação em que centenas de pessoas exigiram a liberdade de Jon Agirre Agiriano, detido pela Guarda Civil e encarcerado há 29 anos. O preso alavês encontra-se actualmente na prisão de Basauri, depois de ter passado pelas por Carabanchel, Puerto I, Alcalá, Valdemoro, Tenerife, Huelva, Málaga e Logroño.
Com 68 anos de idade, Agirre Agiriano apresenta um quadro clínico em que sobressaem artrose generalizada, diabetes mellitus, risco de enfarte e uma hérnia discal, o que, juntamente com o facto de já ter cumprido a pena na íntegra, em Outubro de 2006 - ampliada ao abrigo da malfadada doutrina do Supremo Tribunal espanhol -, levou o Movimento pró-Amnistia a afirmar que o caso de Agirre Agiriano mostra bem a realidade da política penitenciária do Governo espanhol, na medida em que o Executivo é capaz de prolongar a sua pena até 3 de Maio de 2011.
Salientaram o compromisso político de Jon Agirre face «a todas as chantagens e pressões», tal como o resto dos membros do Colectivo de Presos Políticos Bascos, que o PSOE pretende dobrar. E lembraram que o caso do preso de Aramaio não é único, pois o zornotzarra Jose Mari Sagardui Moja, Gatza, está há 30 anos na cadeia, o erandioarra Jon Bilbao Moro há 28, e 50 cidadãos bascos viram as suas condenações prolongadas.
No final da manifestação, que percorreu as ruas da terra natal de Agiriano, o movimento anti-repressivo fez saber que não irá abrandar a denúncia da actual política penitenciária e da contínua violação de direitos exercida sobre os presos e os seus familiares.

Repressão em Errenteria e Beasain
De acordo com o Movimento pró-Amnistia, a Ertzaintza entrou no gaztetxe de Errenteria (Gipuzkoa) na quinta-feira passada, tendo levado um painel em solidariedade com os presos políticos bascos e identificado 15 pessoas que se encontravam no seu interior, apesar de não terem mostrado qualquer ordem de inspecção. Fontes do Departamento do Interior de Lakua comunicaram à agência Europa Press que, com base nesta actuação, a Polícia autonómica abriu um processo por um alegado delito de «enaltecimento do terrorismo».
Já em Beasain (Gipuzkoa), no primeiro dia das festas da localidade do Goierri, polícias autonómicos entraram no recinto das txosnas [barracas das festas] para levar as fotos dos perseguidos políticos e proferir ameaças, segundo fez saber o Movimento pró-Amnistia. O Departamento do Interior do Executivo de Lakua informou que tinha procedido à retirada de uma faixa «alusiva à luta armada da ETA» colocada no edifício do Inem, junto à zona das txosnas, tendo identificado vários cidadãos e alertado outros para as consequências legais da não retirada de fotos e faixas relacionadas com os presos políticos, segundo refere a Europa Press.
Fonte: Gara