quarta-feira, 2 de junho de 2010

A AN assume que o depoimento de Sarasola não basta para condenar


Joseba Iturbide foi posto em liberdade ontem à tarde, depois de ser conhecida a sentença que o absolve de todos os crimes de que era acusado pela Procuradoria da Audiência Nacional espanhola, que solicitava uma pena entre 30 e 33 anos de prisão. A decisão judicial também absolve os lesakarras Mattin Sarasola, Igor Portu e Mikel San Sebastian do crime de tentativa de atentado na zona comercial Azca, em Madrid, embora o tribunal de excepção os tenha condenado a 9 anos de prisão por «pertença à ETA» e a outros 7 anos por «posse de explosivos», tendo ainda condenado Sarasola e Portu a mais um ano e meio de prisão por «posse de armas».

A sentença insiste na ideia de que o tribunal se baseia unicamente no depoimento que Sarasola fez na presença da Guarda Civil após a sua detenção. Lembre-se que o lesakarra denunciou ter sido depois submetido a duras torturas e ainda que o seu relato coincidiu com o testemunho narrado por Igor Portu, detido juntamente com Sarasola e que poucas horas depois haveria de dar entrada na UCI do Hospital Donostia, em estado grave.

A advogada destes navarros, Amaia Izko, confirmou ao Gara que a sentença só se baseia nas declarações policiais e que de alguma forma se levou em consideração as denúncias de tortura; já que no caso de Iturbide, por exemplo, a Sala não considera «suficientemente provada» a sua ligação. Ainda assim, não deixou de denunciar o facto de a sentença dar crédito às declarações policiais, uma vez que se indica que os factos investigados no tribunal donostiarra se referem «à possível prática da tortura no momento da sua detenção e transferência e não ao momento em que fazem o depoimento».

O. L.
Fonte: Gara