Dezenas de pessoas concentraram-se hoje de manhã junto ao Kukutza Gaztetxea, em Bilbo, para evitar que empregados da empresa Cabisa montassem um andaime no edifício que pretende demolir.
Vídeo: Concentração no Kukutza (Gara)
O centro social Kukutza já esteve instalado noutros dois espaços do bairro bilbaíno de Errekalde antes de ocupar a antiga fábrica de Cerezo, que se encontra fechada há meio século. Agora, a construtora Cabisa SA quer despejar e demolir o gaztetxe para ali edificar um bloco de seis andares para habitação.
Os trabalhadores da empresa iam colocar hoje mesmo andaimes no edifício para dar início aos primeiros trabalhos de demolição. Entretanto, ontem já tinha sido dado o alerta, e hoje de manhã cedo, a partir das 7h30, dezenas de pessoas começaram a concentrar-se no local para impedir que o atropelo se concretizasse.
As pessoas que defendem a continuidade do projecto autogerido consideram que não se justifica a construção de um novo bloco de apartamentos nesta zona da capital biscainha.
Num estudo da Câmara Municipal, de 2009, afirma-se que em Errekalde existem 21 050 habitações, sendo que 1937 se encontram vazias, num bairro que perdeu 3800 habitantes entre 1987 e 2009. As pessoas interrogam-se sobre a razão de pretender construir, «em época de crise, mais dez blocos de habitação em zonas como Artazaberri, Iturrigorri ou a Rua La Paz, quando somos menos».
Entre muitas outras coisas, no Kukutza existe a única escola de circo da Bizkaia, há um refeitório vegetariano com menus a cinco euros e uma aula de dança; funciona como local de ensaio para bandas locais, fabrica cerveja de modo artesanal e promove a troca de roupa; é ainda local de residência para dez jovens.
Fonte: Gara
Ver também: «Kukutza: erresistentzia umore onean» (Berria)
[Kukutza: resistência com bom humor]