quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

No Dia da Constituição espanhola, repúdio contra uma jornada que «nega os direitos» do povo basco

«Exigindo o fim de toda imposição espanhola sobre Euskal Herria», activistas da Independentistak pintaram com grandes letras verdes o lema «Independentzia» e a estrela verde de oito pontas que simboliza a rede sobre o touro da Osborne na estrada que liga Argedas a Tutera (Nafarroa). Também colocaram ikurriñas, bandeiras de Nafarroa e independentistas sobre o dorso do touro e prenderam bengalas verdes «como forma de exigir luz verde para a independência».

A rede Independentistak pediu à sociedade basca que «continue a trabalhar e a mobilizar-se para se tornar dona do seu destino». «Hoje mais que nunca a independência é a melhor opção para Euskal Herria e, como ninguém no-la vai oferecer, teremos que a alcançar com a soma de vontades, o activismo, a sensibilização e a mobilização», referiram num comunicado.

A rede levou a cabo uma concentração a que chamou «hora verde» ontem ao meio-dia na praça que fica no recinto da Feira de Durango.
Músicos dos Esne Beltza, Lain e Hesian participaram num acto cultural e reivindicativo. Também colaboraram na iniciativa dantzaris de Tolosa, os bertsolaris Unai Iturriaga e Eneko Abasolo, e o historiador Iñaki Egaña.
Apresentaram ainda o «pintxo verde» criado por um cozinheiro para a ocasião.

Para as 18h00 estava prevista uma «kalejira verde» pelas ruas de Durango e que devia terminar no recinto de Landako.

Esquerda Abertzale: «Uma Constituição que nega os direitos»
Por seu lado, a esquerda abertzale afirmou num comunicado que não tem cabimento comemorar «uma Constituição que nega e viola os direitos políticos, culturais e sociais do povo basco, em especial o seu direito à autodeterminação».
Em seu entender, a maioria da sociedade basca tem «plena consciência de que o PP e o PSOE usam a Constituição com um claro propósito político, o de negar o futuro democrático a Euskal Herria».
Considera, no entanto, que «estão a perder a batalha política e a legitimidade em Euskal Herria, porque a vontade da maioria aponta para outra direcção, a das soluções democráticas».

LAB: Calendário laboral próprio
O sindicato LAB, por seu lado, considera que o dia 6 de Dezembro é uma jornada para exigir um calendário laboral próprio para Euskal Herria, pois, ao «imporem a comemoração do Dia da Constituição, insultam os trabalhadores bascos e a sociedade».
A central sindical afirma que «o 6 de Dezembro não é um dia de festa para Euskal Herria». «A Constituição espanhola foi criada para negar os direitos dos povos e das nações. Euskal Herria é uma nação e os cidadãos bascos têm todo o direito a decidir livremente o seu futuro institucional, económico e social».

Em Madrid
O Bloco Nacionalista Galego (BNG), o PNV, a Esquerra Republicana, a Iniciativa per Catalunya e o Geroa Bai não enviaram nenhum representante à recepção que se realizava no Congresso espanhol por ocasião do Dia da Constituição.

Bildu: «Nada para comemorar»
A porta-voz da Deputação de Gipuzkoa, Larraitz Ugarte, disse que para o Bildu ontem não era feriado, na medida em que a Constituição «nega os direitos» que pertencem ao povo basco e, portanto, «não há nada para comemorar». / Fonte: Gara / Ver também: Berria

Vimos ainda anunciadas para diversos pontos do território basco múltiplas iniciativas de repúdio contra a Constituição imposta, como herri eskolak, concentrações e manifestações.