Uma dezena de advogados que defendem presos políticos bascos e que trabalham habitualmente na AN espanhola criticou hoje, numa conferência de imprensa realizada no Colégio de Advogados da Bizkaia, em Bilbo, o passo dado pelo juiz Eloy Velasco para incriminar Iñaki Goioaga, advogado e senador da Amaiur.
Jone Goirizelaia recordou que a perseguição a alguns dos advogados ali presentes não é coisa de hoje, tendo referido que alguns deles foram detidos pela Guarda Civil em Janeiro último e, antes deles, Zulueta e Enparantza; criticou o facto de, mais uma vez, terem tido conhecimento do procedimento de Velasco pelos meios de comunicação (só hoje lhes foi enviada a exposição do juiz remetida ao Supremo). A advogada sublinhou que Goioaga é perseguido «por ser quem é», um dos advogados que ajudaram a pôr em causa o chamado «estado de direito»; por isso, acrescentou, querem desacreditar o seu trabalho, valendo-se de uma mescla de «direito de autor» com «direito penal do inimigo».
Goirizelaia recordou que Iñaki Goioaga já foi julgado por alegada «integração em grupo terrorista» e que foi absolvido, antes de afirmar que a acção do juiz se baseia apenas num relatório da Guarda Civil - sem ter produzido prova complementar alguma a comprovar a sua veracidade. Deu como exemplos do conteúdo o facto de se acusar os advogados de realizarem «ronda de prisões» - algo que a dispersão dos defendidos justifica. Quanto ao alegado «crime fiscal e de branqueamento de capitais», disse que tal não existe e que o juiz o sabe.
Por seu lado, Goioaga disse que a iniciativa da AN espanhola não o apanhou de surpresa e que já esperava algo do género. Considera que, por trás dela, existe um «impulso político»: o texto que o juiz Velasco enviou ao Supremo procura consolidar as teses do Ministério espanhol do Interior sobre uma resolução policial do conflito, impedindo o debate em termos políticos. Disse ainda que, se for intimado a depor pelo Supremo, o fará, pois não tem nada a esconder. / Ver: naiz e Berria