sexta-feira, 12 de junho de 2015

Prosseguiu o julgamento de membros da Ernai e da jornalista do Topatu

Decorreu ontem, 11, na AN espanhola, a segunda sessão do julgamento de sete jovens bascos da Ernai e da jornalista Iraitz Salegi, do topatu.info. O Ministério Público acusa-os de «enaltecimento do terrorismo» durante a realização do festival Gazte Danbada, em que se celebrou o nascimento da Ernai, e pede penas que vão dos 18 aos 24 meses de prisão.

No início da sessão, presidida pela juíza Ángela Murillo, os jovens réus foram espalhados pela sala e não foi permitida a entrada de público - o que deve estar relacionado com o protesto ocorrido a 28 de Maio, quando os jovens abertzales e a jornalista se levantaram, deram os braços e manifestaram o seu apoio a sete jovens independentistas condenados por alegada pertença à Segi.

Também houve problemas com a imprensa, em cuja sala não houve sinal de áudio até à meia manhã. Ao longo da manhã, depuseram todos os réus e várias testemunhas da Polícia. Depois da interrupção, depuseram apenas os polícias, enquanto testemunhas da acusação. Os seus depoimentos centraram-se na manifestação que teve lugar em Urduña (Bizkaia), na identificação da pessoa que publicou o vídeo no portal topatu.info e nas palavras de ordem que alegadamente foram proferidas na manifestação.

Sobre a realização e a colocação das chamadas «faixas da ETA», nenhum dos polícias foi capaz de reconhecer ou identificar os autores. Também recorrente foi a insistência dos polícias em dizer que ouviram consignas como «Agur eta ohore» [honra e glória], «Presoak kalera, amnistia osoa» [os presos para a rua, amnistia geral] ou «Borroka da bide bakarra» [a luta é o único caminho] e em ligar o «Agur eta ohore» a militantes da ETA falecidos; contudo, a defesa sublinhou que se trata de uma expressão que se usa quando alguém morre, independentemente da sua ideologia.

Na parte da tarde, também intervieram os irmãos do preso falecido Xabier López Peña; interrogados sobre a trasladação do corpo do familiar desde o aeroporto de Loiu, afirmaram que foi a família que a organizou, assim como recepção, e não as pessoas acusadas.

Os jornalistas Axier López e Ander Pérez também depuseram, como testemunhas citadas por um dos advogados de defesa. Afirmaram ter estado no Gazte Danbada e conhecer a jornalista Iraitz Salegi, que, como tantos jornalistas de vários órgãos de comunicação social, também esteve a trabalhar em Urduña, dada a relevância informativa do festival.

A próxima sessão terá lugar no dia 16, às 15h30. / Ver: tercerainformación.es / Ler crónicas: lahaine.org (castelhano) e topatu.info (euskara) [mais extensas e completas, sobretudo na parte relativa aos depoimentos dos ertzainas e de outros polícias]