Incidentes nas festas de Burlata
Os incidentes verificaram-se entre membros do PPN e cuadrillas de Burlata (Nafarroa).
Os calderetes de Burlata, que ano após ano juntam centenas de pessoas no Parque da Nogalera, foram ontem cenário de um confronto entre simpatizantes e militantes do PP e diversas cuadrillas da localidade. Ao que parece, na base dos incidentes esteve a discussão entre um jovem que tinha um autocolante com uma ikurriña e o ex-eurodeputado Javier Pomés. Da troca de palavras inicial passou-se à confrontação, que se saldou com três feridos ligeiros. Diversas testemunhas oculares viram como um dos guarda-costas dos populares exibiu a pistola que trazia, no decorrer da discussão, embora não tenha chegado a apontá-la.
As versões sobre o que aconteceu divergem, naturalmente: os militantes e simpatizantes do PP garantem que os incidentes tiveram início quando algumas pessoas, situadas na mesa mesmo em frente, lhes começaram a atirar garrafas e cadeiras; as outras pessoas envolvidas na disputa afirmam que foram ameaçadas por causa da exibição de ikurriñas e que lhes cuspiram em cima.
Durante os incidentes, no meio de empurrões e chapadas, um guarda-costas levantou a camisa para mostrar a arma que trazia no coldre. Entre os feridos, há a registar um jovem que levou um soco na cara, um guarda-costas com ligeiras escoriações num braço e um simpatizante do PP com a cabeça partida.
Fonte: nabarreria.com
Ver também: «Zaragata em Burlata depois de membros do PP aparecerem», em Gara e Gara
Testemunhas relataram ao Gara que esta festa é algo de instituído e habitual em Burlata e que nela convivem pessoas das mais diversas ideologias, só se tendo entornado o caldo quando membros e vereadores do PP entraram no recinto festivo «para colocar bandeiras nas árvores» e um dos seus guarda-costas provocou um jovem que vestia uma T-shirt com uma ikurriña, cuspindo-lhe para cima.
Agora, PP, UPN e PSN culpam a esquerda abertzale pela violência, como não podia deixar de ser. Isso foi negado desde o início por diversas pessoas que assistiram aos incidentes, isto é, que as pessoas envolvidas nos desacatos fossem membros da esquerda abertzale.
Convém ainda realçar o facto de que esta festa, no Parque da Nogalera, era organizada pelo Município e que, à mesma hora, num outro ponto da localidade, estava a decorrer uma festa alternativa, essa sim, orgazinada pelo movimento popular.
A IU lança questão sobre a censura da Guarda Civil à TVE em Barañain
No dia 5 de Agosto, durante a paródia reivindicativa da entrega das chaves do gaztetxe de Barañain (Nafarroa), a Guarda Civil obrigou uma jornalista da TVE a apagar as imagens feitas no local, avisando que, caso não o fizesse, seria levada para o quartel. O assunto chega agora ao Congresso espanhol através de uma questão formulada pela IU [Esquerda Unida] ao ministro do Interior.
Esta formação partidária considera o caso «inaceitável» porque «invade os direitos fundamentais da liberdade de expressão e de informação». Insiste que, «numa sociedade democrática, actuações como as descritas por parte das Forças de Segurança são inaceitáveis e, no caso de ocorrerem, devem ser investigadas e os seus responsáveis devem ser sancionados».
Por isso, pede que o Ministério espanhol dê a conhecer a sua versão, e exige «um pronunciamento público da parte da Delegação do Governo de Navarra».
O sindicato CCOO também manifestou o repúdio pela acção policial, considerando-a igualmente «inaceitável».
Fonte: Gara
Mais informação: lurraska.net
Em Madrid, a Guarda Civil molesta bascos que iam visitar presos a Alacant
Uma carrinha que se dirigia para a prisão de Alacant/Alicante e em que viajavam vários familiares e amigos de presos políticos bascos, juntamente com dois condutores voluntários, foi interceptada no sábado pela Guarda Civil. De acordo com o que as pessoas afectadas relataram ao Gara, isto aconteceu nos arredores de Madrid, tendo os agentes passado a hora e meia que se seguiu a molestar os cidadãos bascos.
No início, tratava-se de um mero controlo de alcoolémia. Contudo, quando se deram conta do destino da carrinha e de que um dos condutores tinha estado preso, a situação transformou-se num cenário de interrogatórios e insultos, durante uma hora e meia. Ainda obrigaram os ocupantes a esvaziar o veículo e todos os seus pertences foram atirados para o chão.
A interrupção quase os fez perder as visitas, mas conseguiram chegar a tempo. Segundo afirmaram, já não é a primeira vez que as visitas à prisão de Alacant sofrem este tipo de obstruções.
Fonte: Gara