quinta-feira, 6 de agosto de 2009

A Ertzaintza retira cartazes sobre a morte de Ayestaran também em Aulestia


A Ertzaintza deu um novo passo na sua campanha de retirada de propaganda relacionada com a esquerda abertzale e de fotografias de perseguidos políticos, tanto nas ruas como em estabelecimentos públicos e privados. Depois de na segunda-feira ter retirado cartazes em memória de Remi Ayestaran e identificado duas pessoas em Trapagaran (Bizkaia), agentes da Polícia às ordens de Rodolfo Ares repetiram na terça de manhã o procedimento em Aulestia (Bizkaia).

Habitantes desta localidade de Lea-Artibai disseram ao Gara que na terça-feira de manhã efectivos da Ertzaintza apareceram na praça para retirar todas as faixas em defesa dos presos e em memória do vice-presidente de Villabona que morreu de ataque cardíaco na sequência do acosso a que foi submetido por parte de polícias autonómicos, como depois denunciaram os seus companheiros na Câmara Municipal e os seus familiares. A acção dos ertzainas em Aulestia não se circunscreveu à praça, uma vez que entraram num bar e levaram as fotos dos presos políticos ali colocadas.

Quem deu a conhecer esta nova actuação policial disse não ter conhecimento da existência de qualquer requerimento prévio. Nas últimas semanas, o Departamento do Interior e a própria Lehendakaritza têm insistido na ideia de que a retirada das fotografias dos presos encontra justificação num alegado delito de «humilhação às vítimas», para o qual não parece haver qualquer tipo de suporte legal. Tanto em Trapagaran como em Aulestia as pessoas perguntam «que humilhação pode haver» em dar a conhecer as circunstâncias em que ocorreu na sexta-feira passada a morte do vereador independentista Remi Ayestaran em plena rua.

Em Iturrama
No âmbito da ofensiva contra as imagens de presos políticos bascos, efectivos da Polícia espanhola irromperam ontem no bar abertzale Ezpala, em Iturrama (Iruñea), que foi alvo de diversas actuações do género nos últimos meses.
Segundo informaram no local, a sua atitude dos agentes foi idêntica à que tinha mantido na véspera na Txantrea (também um bairro de Iruñea). Disseram que existiam uma ordem judicial para retirar as fotos, mas foram-se embora sem a executar e depois de insinuar que poderiam regressar noutro dia.
Neste contexto de ataque à solidariedade com os presos, como acontece todas as terças-feiras em frente ao Arriaga, em Bilbau, houve uma concentração para os apoiar, tendo-se juntado 100 pessoas.


Em Lizarra e Errotxapea
Também na terça-feira, a Guarda Civil apareceu de forma inesperada e violenta nas festas de Lizarra (Nafarroa), carregando sobre as pessoas que se encontravam na Praça de Santiago com o argumento de que ali havia uma faixa em que se podia ler «Jaiak bai, borroka ere bai. Independentzia» [Festa sim, luta também. Independência]. Tentaram deter dois jovens, mas só acabaram por levar um, que deverá ser presente a um juiz amanhã.
Entretanto, no âmbito da ofensiva contra as fotos de presos políticos, ontem a Polícia apareceu numa concentração em Errotxapea (bairro de Iruñea), levando todos os retratos e identificando doze pessoas. Avisaram ainda os presentes que este será o seu modo de actuação a partir de agora.

Ver: Gara e Gara