As últimas declarações do ministro Rubalcaba, em que afirmou que o Batasuna não seria legalizado nem mesmo se se dirigisse à ETA para lhe pedir o fim da luta armada, obtiveram uma resposta por parte da esquerda abertzale, através de uma nota em que considera que "fica provado que a exigência das últimas décadas não era mais do que uma mera desculpa para tentar ocultar a natureza política do conflito, deixando às claras a fraude político-jurídica que o Governo espanhol levou a cabo tanto na judicatura espanhola como na europeia".Na nota, dirigida à opinião pública "basca, espanhola e internacional", este sector recorda que a sua presença nas instituições não teve outro propósito que o de transmitir "as legítimas exigências nacionais e sociais do povo abertzale de esquerda", assim como apresentar "propostas concretas de solução para o conflito em termos democráticos".
"Face a esta atitude de compromisso e responsabilidade política, o Estado aposta permanentemente na repressão e na negação da natureza política do conflito e da sua solução. Dissemo-lo mais do que uma vez: as duas partes demonstraram sobejamente a sua capacidade para prolongar e intensificar a expressão armada do conflito político", acrescenta. "No entanto, o desafio que todas as partes têm de encarar é o de superar os actuais parâmetros da confrontação e levá-la para o terreno democrático".
A esquerda abertzale diz ao Governo espanhol que, face às elucubrações dos últimos dias, "não estamos para fintas curtas, movimentos tácticos ou tirar coelhos da cartola. O contexto obriga a agir com elevação e perspectiva estratégica. É esta a reflexão que a esquerda abertzale faz, e deveria ser essa a reflexão do conjunto das forças políticas de Euskal Herria. Esta posição é a que exigem a maioria popular de Euskal Herria, a comunidade internacional e também a própria sociedade espanhola".
Neste caminho, garante que "todos teremos de adoptar atitudes e tomar decisões honestas e arriscadas" e conclui assim: "A esquerda abertzale tem consciência disso e não fugirá a essa responsabilidade".
Fonte: Gara
