sábado, 5 de março de 2011

Os quatro detidos pela Guarda Civil afirmam ter sido torturados nos interrogatórios


O juiz Fernando Grande-Marlaska deu ordem de prisão a Lorena López, Iñigo Zapirain e Beatriz Etxebarria. Os quatro afirmaram ter sofrido torturas e pressões constantes durante os interrogatórios a que foram submetidos pela Guarda Civil nos cinco dias em que permaneceram incomunicáveis.

«Ares arremete contra o EA e o Aralar por se posicionarem contra a tortura»

«¿Y si legalizaran la tortura?», de Ramón SOLA

«La sombra de la tortura y el cinismo del aplauso» (editorial do Gara)

Grande-Marlaska deu ordem de prisão provisória, comunicável e sem fiança a Iñigo Zapirain, Lorena López e Beatriz Etxebarria, que acusa de «integração em organização terrorista», «posse de armas e explosivos» e «falsificação de documentos», segundo indicam a Efe e a Europa Press.

Zapirain, López e Etxebarria, bem como Daniel Pastor, encarcerado ontem, puderam estar com o seu advogado alguns minutos. Segundo o Gara pôde apurar, todos afirmaram ter sido submetidos a torturas e fortes pressões psicológicas enquanto permaneceram nas mãos da Guarda Civil.

Tal como ontem veio a público, Pastor confirmou que se aleijou a si mesmo por duas vezes, para assim não ter de assinar o depoimento policial em que se dera como culpado, pois, segundo contou ao seu advogado, viu-se forçado a tal quando foi ameaçado que, caso não o fizesse, a sua companheira, Lorena López, seria encarcerada.

No caso de Iñigo Zapirain - o primeiro dos que hoje foram presentes ao juiz -, disse que a Guarda Civil lhe aplicou «o saco» inclusive a caminho da Audiência Nacional, procurando assim pressioná-lo no sentido de que confirmasse em sede judicial a confissão que fizera durante o período de incomunicação. Referiu que o ameaçaram com represálias contra a sua companheira (que ainda continuava em poder da Guarda Civil) no caso de não confirmar o dito depoimento.
Fonte: Gara / Notícia mais desenvolvida: Gara

Ontem:
«Daniel Pastor foi levado para o hospital incomunicável e Grande-Marlaska deu-lhe ordem de prisão»
Daniel Pastor, uma das quatro pessoas detidas esta semana em Bilbo e Galdakao por alegada ligação à ETA, teve de ser levado para o hospital duas vezes enquanto permanece incomunicável. Diversos periódicos estão a divulgar esta informação, citando fontes da Audiência Nacional.
De acordo com esses jornais, Pastor apresenta duas lesões: uma na mão e outra na cabeça. As fontes da Audiência Nacional referem que Pastor se «aleijou a si mesmo». Acrescentam que a ferida foi tratada no hospital.

Antes de ser conhecida a hospitalização de Pastor, a edição on-line do El País avançou que Iñigo Zapirain também se tinha «aleijado a si mesmo», mas depois retirou a notícia.
De acordo com as agências noticiosas, Grande-Marlaska devia ouvir o depoimento de Pastor ontem - e o dos outros três detidos amanhã.

Anteontem, os familiares dos detidos tentaram reunir-se com a delegação do Governo Espanhol na Bizkaia, mas isso foi-lhes recusado.
Fonte: Berria

Já depois de termos traduzido a notícia do Berria, ficámos a saber pelo diário Gara que Grande-Marlaska, da AN espanhola, tinha interrogado Pastor no hospital, dando-lhe ordem de prisão em seguida.