O título da obra não deixa lugar a ambiguidades: L'implication française dans le conflit basque / Frantziaren esku hartzea euskal gatazkan. Ontem, em Baiona, a associação de apoio aos refugiados e prisioneiros bascos Anai Artea apresentou à imprensa o fascículo por si editado, de cem páginas, com uma lista das pessoas detidas ou aprisionadas pela Justiça e pela Polícia francesas desde 1964.
Esta publicação inscreve-se «no mesmo âmbito das démarches da Bake Bidea, do Herrira e do fórum de 15 Dezembro», precisou o secretário da associação, Battitta Larzabal. Tem por fito, tal como se refere no preâmbulo, «lutar contra uma certa forma de negacionismo oficial relativamente à participação francesa na repressão das lutas dos Bascos, armadas ou não, pelo reconhecimento dos direitos do seu povo durante este período».
Diz noutros termos o presidente da Anai Artea, Michel Mendiboure: «A França limita-se a repetir que o conflito basco é um problema espanhol. Ao coligir todos estes nomes, podemos mostrar à sociedade e aos responsáveis políticos o envolvimento da França».
Inteiramente actual, apesar do processo de paz em curso, com a entrega a Espanha de Aurore Martin e a falta de aproximação dos presos. «Nós, familiares, não pensávamos que houvesse um bloqueio assim. Estávamos pelos menos à espera da aproximação», afirmou M.-C. Gramont, presidente da Etxerat.