quarta-feira, 15 de maio de 2013

A Ertzaintza prendeu Urtza Alkorta em Ondarroa

A Ertzaintza prendeu Urtza Alkorta na ponte de Ondarroa no meio de gritos de apoio do muro popular, numa operação que se prolongou por mais de três horas. Centenas de pessoas tentaram evitar a detenção da ondarroarra, enquanto a Polícia autonómica recorria à violência para as retirar do local. Houve mais duas detenções, uma dezena de identificados e vários feridos.

Mais de trinta furgões da Ertzainza, com ajuda de jipes, zodiacs, lanchas e agentes à paisana, entraram no Aske Gunea de Ondarroa por volta das 7h00 da manhã para prender Urtza Alkorta. Então, centenas de pessoas apoiaram a jovem na ponte, para assim tentarem evitar a detenção.

A tensão do tempo de espera dos agentes - que rondaram o espaço de madrugada - não fez esmorecer o ânimo e ouviram-se canções como «Lepoan hartu ta segi aurrera» ou bertsos de Miren Amuriza. Quando a enorme comitiva policial chegou, a ponte encheu-se em poucos minutos, pelo que as pessoas se aglomeraram também nas imediações. Na Alameda encontravam-se Laura Mintegi, Maribi Ugarteburu e Unai Urruzuno, deputados do EH Bildu.

Início do despejo
Para que não acontecesse o mesmo que em Donostia, a primeira coisa que os agentes fizeram foi falar com os jornalistas para lhes dizer onde podiam estar. Também falaram com Ugarteburu e Mintegi. Mais tarde, à medida que a violenta acção da Policía autonómica ia fazendo aumentar a tensão, um ertzaina ameaçou prender Ugarteburu com muitos maus modos: «Me da igual lo que sea usted, la próxima vez viene detenida», disse-lhe [como se pode ver neste vídeo].

A operação começou com uma mensagem da Ertzaintza a pedir aos presentes que abandonassem o protesto e a avisá-los das consequências legais que teriam de enfrentar se não o fizessem, mas gritos como «Urtza, herria zurekin» [Urtza, o povo está contigo] não deixaram que a mensagem fosse ouvida nitidamente.

Então, os ertzainas começaram a despejar a tenda grande e espalharam-se pela Alameda. Uma hora depois de terem aparecido em Ondarroa, deram início ao despejo e ao desmantelamento do muro popular, destruindo todo o material do Aske Gunea. Também confiscaram todo o material à equipa de enfermeiros que estavam no local.

Actuação violenta da Ertzaintza (EH Bildu)
Um ertzaina aponta a arma ao pessoal (AskeGunea)
Os agentes tiveram de se empenhar a fundo para arrancar da ponte os que ali apinharam para proteger Urtza Alkorta. A violência dos agentes foi aumentando à medida que a operação prosseguia e se aproximavam da jovem - cacetadas, estaladas, pontapés, puxões de orelhas, ameaças verbais - segundo relataram jornalistas e testemunhas oculares. A tensão foi crescendo e a dada altura, quando levaram o seu irmão, Urtza Alkorta pôs-se em pé e pediu que parassem.

Últimos seis minutos antes da detenção de Urtza (Argia)
Depois de mais de três horas de operação policial, às 10h00 a Ertzaintza levou Urtza Alkorta de rastos, por entre gritos de apoio das pessoas que se encontravam no muro popular e nas imediações da Alameda. Ainda com a ondarroarra nas mãos da Ertzaintza, as pessoas tentaram parar os furgões na estrada. Antes de os ertzainas se irem embora, houve ainda uma pequena carga policial na Alameda. Cinco dias - 118 horas, mais concretamente - aguentou o muro popular erguido em Ondarroa para tentar parar a detenção de Urtza Alkorta.

Urtza Alkorta detida (EH Bildu)

Mais dois detidos
Pelos menos três pessoas foram levadas para os furgões policiais durante a manhã. De acordo com o Departamento de Segurança de Lakua, há dois detidos, acusados de crimes contra agentes da autoridade. Para além disso, uma dezena de pessoas foi identificada na Alameda e nas imediações. / Ion TELLERIA (naiz.info) / Ver: Berria e boltxe.info

VÍDEO: Detenção de Urtza / VÍDEO-CRÓNICA: O que ocorreu em Ondarroa

O que o povo quer da Ertzaintza: vão-se embora (Argia)
PNV, lotu txakurrak! PNV, ata os cães! / Muita informação e fotos: TURRUNE!

Leitura: «Vendepatrias vs rebeldía», de Borroka Garaia (BorrokaGaraiaDa)
Ese objetivo de someter a Euskal Herria habría sido mucho mas difícil sin ayuda. Lo primero que hace el imperialismo para imponerse es hurgar en esos mismos pueblos en busca de colaboración y traición. Y siempre la encuentra. La encuentra en los que venden a su patria por dinero y prebendas.