Quem ouviu Maurizia Aldeiturriaga (Zeberio, Bizkaia, 1904-1988) jamais a esquecerá. De pandeireta nas mãos, o dia todo, tocando e tocando sem parar. E a cantar, no seu estilo especial, único. Viveu a pandeireta e o canto, e renovou-os.
O seu marido, Benanzio Bernaola, Karakol, era tocador e foi, nos primeiros anos, seu acompanhante. Quando este faleceu, muitos não acreditaram que Maurizia voltasse a pisar os palcos e os terreiros das romarias, pois, para a sociedade da época, uma viúva devia fazer um luto de dois anos. No entanto, Maurizia voltou a aparecer nas praças do povo. Era o seu espaço. Tocou pandeireta, criou quadras, improvisou e, quando foi preciso, também dançou.
A voz de Maurizia destacou-se desde cedo em Zeberio e arredores (Arratia), por cantar em casa. Apareceu pela primeira numa praça com 12 anos. A partir dos anos 60 tornou-se famosa. E deixou surpreendidos os jovens que cultivavam as novas tendências musicais da época.
Entre os livros que há sobre ela, conta-se Aupa Maurizia!, da autoria dos irmãos Xabi Paya e Fredi Paia, e publicado pela Bizkaiko Trikitixa Elkartea [Associação de Trikitixa da Bizkaia]. Não se trata apenas de uma biografia, mas reúne também o seu legado musical. / Ver: Berria
Sobre Maurizia e o que representa para a música e a cultura popular bascas: várias entradas em euskomedia.org