sexta-feira, 31 de maio de 2013

Ion Kepa Parot vê recusada pela quarta vez a liberdade condicional

O preso político basco viu ontem ser-lhe recusado, pela quarta vez, a liberdade condicional, na sequência de um recurso interposto pelo MP contra uma decisão judicial favorável em Março deste ano. Para fundamentar a decisão, o juiz refere-se a razões políticas (por exemplo, que não houve arrependimento).

A Etxerat considera «importante referir que Ion Kepa Parot se encontra há já oito anos nas condições que a Lei francesa determina [para aceder à liberdade condicional], e que no mês passado começou a cumprir o 24.º ano de pena na prisão». Por isso, a associação de familiares e amigos de presos políticos bascos manifesta o seu «mal-estar com a decisão» e a sua «solidariedade à família» de Ion Kepa, e solicita a «libertação das presas e dos presos nestas condições».

O movimento Herrira, por seu lado, afirmou que recebeu a notícia com «gravidade» e expressou a sua «inquietação e incompreensão» perante a decisão. / Ver etxerat.info e kazeta.info

Ver também: «No cárcere de Muret Seysses, as presas bascas continuam a lutar pelos seus direitos» (etxerat.info)

Para acabar com a «doutrina Parot», será redigida a «Sentença dos cidadãos»
O movimento Herrira anunciou hoje em Iruñea que, para pôr fim à chamada «doutrina Parot», vai lançar em todo o País Basco a iniciativa «Herritarron epaia» [sentença dos cidadãos]. Estes, os cidadãos, vão escrever um texto dirigido às instituições europeias e aos meios de comunicação internacionais, no qual deixarão expressa a sua vontade. A iniciativa tem um carácter itinerante e vai percorrer toda Euskal Herria. «Esta grande sentença será o testemunho da vontade da sociedade, expressa em cada localidade e dirigida às instituições europeias e à comunidade internacional».

As primeiras folhas do texto serão escritas em Tafalla (Nafarroa), num acto público que terá lugar dia 8 de Junho, ao meio-dia, na Udaletxe plaza. Daí, o texto seguirá para outras oitenta localidades, que acrescentarão o que bem entenderem. A última paragem será o pavilhão Anaitasuna, em Iruñea, dia 14 de Setembro. Ali, serão escritas as últimas páginas da sentença, antes de ser enviada para o seu destino.

Na apresentação da iniciativa, recordou-se o caso da presa Inés del Río, que está nas mãos do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem. No entanto, para o Herrira a sentença desse tribunal já foi emitida em Julho de 2012, decretando a libertação de Del Río. Consideram, portanto, que não já não existe mais nenhuma sentença para este caso e que, para além do mais, há que atender à vontade maioritária da sociedade basca, que por diversas ocasiões solicitou o respeito pelos direitos humanos e o fim das medidas de excepção. Afirmam que «não estão dispostos» a esperar por uma nova decisão e que, dessa forma, põem em marcha a iniciativa.

«Entre todos, temos de enviar uma mensagem clara aos Estados francês e espanhol, mas também à comunidade internacional: é tempo de defender a resolução; vamos dar uma oportunidade à paz». / Fonte: Berria / Ver: herrira.org