Num documento a que o diário Gara facultou o acesso, a organização armada basca Euskadi Ta Askatasuna reconhece que a decisão de abandonar a luta armada tem um carácter estratégico, para lá de um eventual esquema meramente negociador. Nesse contexto, e em consonância com o que foi decidido no processo de reflexão interna, dá conta da decisão de não criar qualquer estrutura militar.
«As iniciativas da ETA» deverão responder «ao desafio geral de conduzir o processo de mudança e transição a realizar em Euskal Herria ao seu termo».
Na sua análise, a organização armada sublinha também que o protagonismo deve ser dado ao povo e aos agentes bascos.
Dá ainda destaque à crise «profunda e integral» do Estado espanhol, bem como à atitude obstrucionista das «sucursais que as forças estatais têm em Euskal Herria».
No documento, a ETA denuncia também o facto de Paris se ter juntado a Madrid no ataque ao processo de procura de soluções para o conflito, e considera bastante positivo o posicionamento favorável a esse processo das forças de Ipar Euskal Herria [País Basco Norte].
De um modo geral, para a ETA «a superação do conflito constitui uma prioridade, mas também é preciso dar passos práticos no caminho da independência». / Ver: boltxe.info /
Comunicação interna (Barne komunikazio orokorra)
Ver também: «A ETA reafirma de forma esmagadora o abandono da luta armada» (Gara)
A militância da organização ETA apoia de forma esmagadora a renovação estratégica operada no seio do «movimento de libertação» desde 2009, e reafirma as decisões tomadas pela sua organização. Entre estas, destaca-se o abandono da luta armada - algo a que confere «carácter estratégico», para lá de um eventual esquema negociador. Isto aparece no documento «Barne komunikazio orokorra» (comunicação interna), datado de Dezembro de 2013 e assinado pelo seu Comité Executivo.