terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Morreu Marcelino Bilbao, sobrevivente do campo de concentração nazi de Mauthausen

Marcelino Bilbao, antigo tenente do Eusko Gudarostea [Exército Basco] e sobrevivente dos campos de concentração nazi de Mauthausen, faleceu este sábado, com 94 anos.

Bilbao, a última pessoa do País Basco Sul que continuava com vida depois de passar pelos campos de concentração nazis, morreu na cidade francesa de Châtellerault, onde residia.

Órfão de nascimento (1920; Alonsotegi, Bizkaia), foi acolhido por uma família humilde, vivendo a infância na pobreza e participando desde muito jovem em diversas greves e lutas.

Na Guerra de 36, juntou-se ao Batalhão Isaac Puente, da CNT, integrado no Eusko Gudarostea. Participou, entre outras, nas batalhas das Intxortas, de Sollube e de Bizkargi.

Em Junho de 1940, foi feito prisioneiro pelos nazis. Passou por vários campos de concentração no Estado francês, até que, em Dezembro desse ano, foi levado para o campo de Mauthausen (Áustria), onde viria a sofrer e a presenciar terríveis atrocidades.
Entre outras coisas, foi um dos trinta prisioneiros que as SS submeteram a determinadas experiências médicas; apenas sete viriam a sobreviver.

A 10 de Abril de 1944, foi transferido para o campo anexo de Ebensee, que seria libertado a 5 de Maio de 1945. Depois da guerra, foi acolhido por uma família irundarra em Châtellerault, onde viveria o resto da sua vida.

Manteve, até ao fim, o interesse pelos acontecimentos do mundo actual e seguia com paixão o seu Athletic. Acima de tudo, lutou contra o esquecimento do horror que sofreu e dos companheiros caídos no caminho. As suas vivências encontram-se registadas na obra Triángulo Azul. / Ver: naiz.info

Ver também: «Hasta siempre, Marcelino: tu lucha jamás será olvidada», de CNT Sindikatua (lahaine.org)