O conflito laboral na Mediapost foi dos que levaram o sindicato CNT a mobilizar-se mais no município de Barakaldo (Bizkaia). O HerriKolore falou com Pili Jiménez, uma das trabalhadoras barakaldarras despedidas em Junho do ano passado pela empresa multinacional de distribuição de publicidade.
A trabalhadora afirma que a única razão avançada pela empresa para justificar o seu despedimento foi o «baixo rendimento», «sem se basear em dados objectivos concretos». «Claro que correram connosco porque lutámos», diz esta militante do CNT, que refere ainda que os seus «chefes queriam que metesse mais horas do que as que realmente figuravam no contrato».
Foram precisamente estas pressões que a levaram a aproximar-se do sindicato: «Decidi informar-me sobre os meus direitos, para assim os poder defender», esclarece. O futuro próximo desta trabalhadora será em boa parte decidido pelo juiz que amanhã, dia 9, presidirá à audiência que tem lugar em Bilbo.
Inúmeras mobilizações
Desde que as trabalhadoras foram despedidas, foram inúmeras as mobilizações que se realizaram em diversos locais de Barakaldo para reclamar a sua reintegração. Recentemente, a CNT tornou público um comunicado em que anunciava que as acções de protesto contra estes despedimentos iriam alastrar a outras zonas do Estado onde a Mediapost também está presente. «É gratificante verificar que se está a divulgar a minha situação e a reivindicar a minha reintegração noutros lugares», reconhece Pili.
Somos nós que damos a cara
Estas não são as primeiras acções de protesto levadas a cabo pela CNT no sector da distribuição de publicidade. Pili Jiménez lembra-nos que as trabalhadoras do sector já se mobilizaram antes para pedir às empresas da distribuição que respeitassem a vontade dos moradores que optam por não receber qualquer tipo de propaganda nas suas caixas de correio.
«As pessoas não sabem, mas a Mediapost obriga-nos a meter propaganda em todas as caixas», afirma Pili. Os trabalhadores de distribuição ficam no meio: entre a pressão do encarregado e o morador que não quer receber este tipo de informação, com todo o stress daí decorrente. «Isto gera um stress brutal. Somos nós que damos a cara aos moradores», afirma. / Ver: herrikolore.org