Hoje, 12 de Outubro, dia da Festa Nacional espanhola, da Guarda Civil e das Forças Armadas, várias centenas de pessoas desfilaram pelas ruas de Iruñea [Pamplona], participando na manifestação convocada pelo Movimento pró-Amnistia e contra a Repressão (MpA) para exigir às forças de ocupação que se vão embora de Euskal Herria.
Numa mobilização que decorreu com forte acompanhamento policial, ouviram-se palavras de ordem em defesa da independência, do socialismo e da amnistia, e contra as forças policiais e militares de ocupação, exigindo-lhes que se vão embora do território basco: «Alde hemendik! Utzi pakean!» [Vão-se embora! Deixem-nos em paz!].
A mobilização percorreu várias artérias da Alde Zaharra iruindarra, até chegar à Praça de San Francisco, onde teve lugar a leitura de um manifesto. Nele, recordou-se que o 12 de Outubro está ligado à colonização do continente americano e a um dos maiores genocídios dos povos indígenas. «Chegaram a 12 de Outubro de 1492 e arrasaram com centenas de culturas, línguas e modos de vida», afirmou o representante do MpA.
«No entanto - prosseguiu - não é de estranhar que a festa por excelência disso a que chamam España seja algo tão vergonhoso como a invasão e o extermínio de outros povos, como também não é um acaso que, no mesmo dia, celebrem o dia das suas Forças Armadas e da Guarda Civil, pois a existência de España baseia-se precisamente na negação e no aniquilamento de várias nações».
No País Basco, sabemos bem...
«Em Euskal Herria sabemos bem o que as forças de ocupação nos trouxeram nos últimos 50 anos», sublinhou o membro do MpA, tendo referido as mais de 10 mil pessoas torturadas «para estrangular a luta de libertação de Euskal Herria», bem como os GAL e o terrorismo de Estado.
«Hoje é o dia em que os do "Todo por la Patria" (lema da Guarda Civil) celebram a existência dos eléctrodos, os sacos de plástico, as listas telefónicas e as violações [métodos de tortura]. Hoje é o dia de Rodríguez Galindo e da cal viva para enterrar cadáveres. Hoje é o dia dos controlos de estrada em que nos ameaçam e nos lembram que continuamos a ser um povo ocupado pela força das armas», disse.
Por tudo isto, «o 12 de Outubro não é um dia de festa para os bascos», destacou o representante do MpA, antes de afirmar que «a independência do País Basco e a libertação da classe trabalhadora só chegarão por via da luta». Neste sentido, fez um apelo à «organização e à luta», pois «só um povo organizado pode alcançar os seus objectivos». / Ver: amnistiAskatasuna, lahaine.org e ekinklik.org
Denúncia da tortura em Bilbo
Em Bilbo, o Sortu denunciou a tortura frente ao Quartel de La Salve (da Guarda Civil). (Berria)
quarta-feira, 12 de outubro de 2016
Centenas de pessoas mobilizaram-se em Iruñea contra as forças de ocupação
Etiquetas:
comunicados,
história,
luta laboral,
Manifestações,
Notícias,
Presos Políticos,
Refugiados,
Repressão,
Tortura