A cidade de Alepo era, até há meia dúzia de anos, uma vibrante cidade de negócios, importante entreposto entre o Mediterrâneo e o Eufrates no final da histórica rota da seda asiática. Sendo uma das mais antigas cidades do mundo, Alepo era também olhada como uma capital cultural do islamismo.
Utilizo os tempos verbais do passado porque Alepo pouco mais é hoje do que um aglomerado de ruínas, um imenso cemitério, tal como Beirute Ocidental foi no início da década de oitenta do século passado, como Gaza é nos dias que correm, do mesmo modo que numerosas aldeias, vilas e cidades da Palestina, do Afeganistão, Iémen, Iraque ou Líbia – todas elas vítimas das acções benfazejas de «libertadores» chegados de fora. (Abril)
«O mito de uma Europa em paz» (resistir.info)
[De Nadine Rosa-Rosso] No dia seguinte aos atentados de 13 de Novembro em Paris, perante o Congresso, François Hollande afirmou em tom grave: «a França está em guerra». A mesma frase repete-a sem cessar após cada atentado. Depois dos acontecimentos de Niza, acrescentou que a «guerra está fora e dentro da França». A terra sagrada dos direitos humanos, da paz e das Luzes amanheceu em estado de sítio, cobardemente atacada pela barbárie e o obscurantismo.
Esta é a versão da história que se supõe que deveríamos aceitar e assumir, nós, os povos de uma Europa civilizada que temos conseguido viver em paz há setenta anos.
Na realidade, nunca deixámos de estar em guerra. E a França é um bom exemplo do que é um estado de guerra permanente. Impõe-se a necessidade de recordar a história. [Foto: Diário Liberdade]