Alguns partidos e agentes sociais fazem-no porque consideram o pedido da Audiência Nacional como uma «experiência piloto» para possíveis entregas futuras, cujo objectivo não seria outro senão o de ilegalizar de facto, primeiro, a esquerda abertzale e, depois, aquilo que for conveniente a ambos os estados. Outras forças políticas, em particular as de âmbito estatal, consideram que a sua soberania está a ser manchada porque não se pode entregar «por razões políticas uma cidadã francesa a Espanha» embora seja «um país democrático». E dizem-no assim, com todas as letras, sem reparar que, com a sua atitude, já estão a aceitar que não o é.
Poderia pensar-se que este novo capítulo repressivo ainda não concluído fez abanar alguns dos pilares bem assentes em muitas mentes de representantes e eleitos políticos do estado «protector e defensor» dos direitos humanos. Na verdade, foi o trabalho de denúncia e interpelação permanente que forçou estes sectores a tomar uma atitude, porque saber, sabem bem como e por que é que Paris arrisca em Ipar Euskal Herria.
Agora, aquilo que todos perceberam foi a legitimidade de Martin para se evadir ao que jamais se poderá considerar uma decisão justa.
Arantxa MANTEROLA
Fonte: Gara
Ver, a propósito:
«Aurore Martin decide não se entregar e recebe novas manifestações de solidariedade» (Gara)