sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

A maioria sindical convoca greve geral para 27 de Janeiro contra a reforma das pensões


O anúncio da convocatória de greve em Hego Euskal Herria contra a reforma das pensões foi feito em Iruñea, onde os sindicatos ELA, LAB, STEE-EILAS, EHNE e Hiru realizaram uma assembleia de delegados e posterior manifestação até ao Parlamento navarro para denunciar o orçamento «anti-social» que ali foi aprovado.

No final da assembleia, o secretário-geral do ELA, Adolfo Muñoz, disse que a reforma das pensões «faz-se para que os fundos privados aumentem o lucro, e tudo o resto é mentira, uma grande manipulação, orquestrada com colaboração política».

Salientou que a reforma que vai ser aprovada em 28 de Janeiro é «a mais dura da história das pensões», pelo que os sindicatos não vêem «outra saída» senão «defender os interesses sociais das pessoas do mundo do trabalho e marcar uma agenda própria» antes de que a reforma seja aprovada, para que assim também fiquem «retratados» os partidos que não se vão opor à medida.

Muñoz insistiu que «não existe outra alternativa» senão convocar uma greve geral «para defender o que os nossos pais fizeram, com as suas lutas, para que hoje tenhamos estes direitos».

Roubar o direito à pensão
Por seu lado, a secretária-geral do LAB, Ainhoa Etxaide, afirmou que a reforma «não só vai limitar o direito às pensões», mas que, «de facto, vai roubar esse direito a toda a gente que hoje está em situação de precariedade, no desemprego ou a trabalhar com contratos parciais e que não vai poder aceder às pensões ou que, mesmo que o possa fazer, não vai ter o suficiente para lhe garantir condições de vida dignas».

Criticou o facto de, na actual situação de crise, «gerada pelo sector financeiro», o sector público «se limitar, única e exclusivamente, a dar ao sistema financeiro tudo o que lhe pede, e aquilo que a banca pediu agora foi mais lucro, uma nova fonte de rendimentos, que tem de ser o sistema privado de pensões».

Esta nova convocatória de greve ocorre seis meses depois da greve geral que se levou a cabo em Hego Euskal Herria [País Basco Sul] a 29 de Junho contra a reforma laboral fomentada pelo Governo espanhol, também convocada pela maioria sindical. Naquela altura, a resposta foi massiva e teve especial incidência no sector industrial.
Fonte: Gara via kaosenlared.net