sábado, 21 de maio de 2011

Eleições em EH: O Bildu diz que vai surgir «em força» nas instituições

Os representantes do Bildu Oskar Matute, Pello Urizar e Martin Garitano vaticinaram que «a onda de expectativa e de esperança que conseguiram levantar durante todo este tempo» dará lugar a uma «grande resposta por parte de um povo [que se encontra] de pé há algum tempo», o que conduzirá a «um resultado espectacular» da coligação soberanista e «deixará vincado o alcance limitado das sondagens».

Crêem que serão «a principal surpresa de 22 de Maio» e, segundo Martin Garitano, a coligação, que começou com "uma noite mágica", há-de ter "uma noite histórica".

Por seu lado, Maiorga Ramírez fez um balanço da campanha em Nafarroa, acompanhado pela número dois ao Parlamento, Bakartxo Ruiz, e os candidatos à Câmara Municipal de Iruñea Eva Aranguren e Pello Martínez de Eulate.
Ramírez realçou o facto de terem tido de começar «do zero» no dia 6 de Maio, procurando tipografias, fazendo propaganda, preparando comícios e resolvendo as papeladas legais.

Martínez de Eulate também fez alusão a dificuldades que tiveram de contornar, como o desaparecimento de cartazes e faixas em muitas localidades, a sua exclusão nalguns espaços de propaganda eleitoral, não terem sido convidados para determinados debates, a «utilização partidária, que muitas vezes chegou a ser vergonhosa», e o uso de sondagens que tinham sido feitas sem se saber se o Bildu ia estar presente nas eleições.

Apesar disso, o Bildu divulgou as suas mensagens, centradas na crítica à UPN e na «necessidade de apartar os regionalistas das instituições», disse Aranguren.
Ramírez concluiu pedindo o voto para o Bildu, uma coligação que, segundo referiu, quer ser o «megafone dos cidadãos, estar ligada à sociedade».
VER: Gara / Mais info: Bildu Euskal Herria

«O BILDU apela ao voto em defesa dos direitos sociais e nacionais do povo trabalhador basco» (kaosenlared.net)

«Verdict des urnes attendu demain»Martin GARITANO, cabeça-de-lista do BILDU em Gipuzkoa, entrevistado por Béatrice MOLLE (Lejpb)

«Bildu y la teoría del mar», de Jon MAIA, bertsolari (Gara)

«L@s comunistas abertzales pedimos el voto a Bildu», de Iskra, EHK, Boltxe Kolektiboa (boltxe.info)

Nem todos podem votar, ser candidatos ou fazer campanha
A ideia de que estas são umas eleições «normais» nas quais todas as opções concorrem em igualdade de circunstâncias não corresponde à realidade dos factos. A esquerda abertzale continua ilegalizada, os seus cargos não se podem apresentar e muitos dos seus militantes também não podem votar.

Nem todas as «sensibilidades políticas» concorrem em igualdade de condições às eleições do próximo domingo. Nem sequer todas as pessoas podem votar ou ser candidatas. De acordo com os cálculos anteriormente realizados por este diário, cerca de 40 000 pessoas viram proibida a sua presença em candidaturas eleitorais que pudessem ser ligadas à esquerda abertzale, porque corriam o risco de «contaminar» toda a lista e provocar a sua exclusão pelos tribunais espanhóis.

Convém lembrar que, embora o Bildu agrupe os abertzales de esquerda, a esquerda abertzale como tal continua a estar ilegalizada no Estado espanhol. Anteontem mesmo os representantes jurídicos do Sortu apresentaram no Tribunal Constitucional um recurso de amparo para que lhe seja restituído o seu direito a ser inscrito no registo de partidos políticos.

Se o Sortu não tivesse sido proibido pelas manobras do Governo espanhol e o acórdão do Supremo Tribunal, seria mais um componente do Bildu, segundo disse o secretário-geral do EA, Pello Urizar. E, desta forma, os militantes da esquerda abertzale teriam tido, provavelmente, a possibilidade de concorrer livremente no seio das listas da coligação na sua condição de filiados de um partido legal.

Mas o veto ao Sortu fez que milhares de pessoas ficassem excluídas da possibilidade de ser candidatos. Por exemplo, os 42 autarcas que há quatro anos foram os mais votados nas suas respectivas localidades como candidatos da ANV não podem ser reeleitos nos seus cargos pelos seus conterrâneos, não porque não tenham gostado da sua forma de governar o município, mas porque a sigla a que pertenciam foi ilegalizada. O mesmo se passa com mais 390 vereadores.

Iñaki IRIONDO
VER: Gara

Foto de cima: kazeta.info